Justiça anula eleição de Caboclo na CBF e nomeia interventores; Presidente do Flamengo foi um dos escolhidos

Rodolfo Landim, do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol foram os escolhidos
Rodolfo Landim, do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol foram os escolhidos / Daniel Apuy/Getty Images
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Nesta segunda-feira (26), a Justiça do Rio de Janeiro decidiu pela nulidade da Assembleia Geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que mudou a forma de votação para a presidência da entidade. Assim, a eleição de abril de 2018, que colocou Rogério Caboclo no cargo, está anulada. A decisão ainda cabe recurso.

Conforme o juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, foram escolhidos para comandar a entidade durante 30 dias. Os dois ainda não responderam se irão aceitar a missão.

Neste período, a principal obrigação deles será a "convocação do Colégio Eleitoral, composto pelas Federações e times da primeira divisão do campeonato brasileiro, para votarem a alteração estatutária no que diz respeito a redefinição das regras do estatuto de 2015, em especial":

  1. Definição de pesos diversos entre as Federações e clubes;
  2. Exigências para candidaturas;
  3. Inclusão dos times da Série B (com o respectivo peso de voto) no Colégio, inclusive para as eleições que se seguirão.

Antonio Carlos Nunes, que está no comando interino da entidade desde o afastamento de Caboclo, seguirá no cargo. Teoricamente, ele irá trabalhar juntamente com Landim e Bastos. No texto da decisão, o juiz justificou a escolha pelo presidente do Flamengo em razão da "expressiva torcida".

Vale lembrar que o Ministério Público não contesta a eleição em si, mas a Assembleia Geral da CBF, que determinou as regras para a realização da votação. Em 2017, presidentes de federações alteraram o peso dos votos sem realizar consulta aos clubes da Série A.

A CBF, por sua vez, entende que não poderá haver anulação, visto que a ação foi proposta em 2017, e a eleição só aconteceu no ano seguinte. Desde então, Caboclo e Marco Polo Del Nero, ex-presidente da entidade futebolística, travam uma disputa pelo comando da CBF.

Relembre o caso

Em março de 2017, a CBF convocou uma assembleia geral sem a participação dos clubes com a intenção de definir novas regras para suas eleições. O colégio eleitoral da entidade passou a ser formado por 27 federações estaduais, os 20 clubes da Série A e os 20 clubes das Série B do Campeonato Brasileiro.

A grande manobra, no entanto, veio a seguir. Com o objetivo de driblar a maioria dos times, a CBF estabeleceu pesos distintos para os diferentes envolvidos. Dessa forma, os votos das federações estaduais teriam peso 3, dos clubes das Séries A teriam peso 2 e dos clubes da Série B teriam peso 1. Ou seja, se as 27 federações votassem no mesmo candidato, o total de votos contabilizados seria 81. Se os clubes fizessem o mesmo, o total de votos seria 60.

CBF Crise Rogério Caboclo Landim Flamengo
CBF atravessa uma das suas maiores crises da história / Buda Mendes/Getty Images