Juan Alano lembra sua saída do Inter e curte passagem no Japão

Mito HollyHock v Kashima Antlers - Preseason Friendly
Mito HollyHock v Kashima Antlers - Preseason Friendly / Masashi Hara/Getty Images
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Juan Alano, ex meia-atacante do Internacional, se prepara para voltar aos treinos nesta segunda-feira (18), junto com Kashima Antlers, seu atual clube no Japão. O ex-colorado foi destaque pelo Coritiba no ano passado e, em conversa com o site UOL Esporte, trouxe detalhes de sua vida no futebol asiático. Além de lembrar da sua passagem pelo Beira-Rio.

Apenas com 23 anos, Alano atuou de uma maneira que não queria no Inter, ao menos agora. A sua transferência ao Kashima Antlers serviu para turbinar as contas do clube gaúcho. No Japão, o meia-atacante vive um momento bem diferente do que estamos vivendo aqui no Brasil em relação ao combate ao coronavírus. O número de casos é menor, mas a sua preocupação é com a sua família que está do outro lado do mundo. 

"Meu pai vai ao mercado e volta com todas aquelas coisas, né? Deixar a roupa na rua e tal. Eu fico com o coração um pouco apertado. Eles podem só estar falando que estão se cuidando, né?"

Gremio v Internacional - Brasileirao Series A 2018
Gremio v Internacional - Brasileirao Series A 2018 / Lucas Uebel/Getty Images

Alano foi contratado após a sua boa atuação pelo Coxa no Campeonato Brasileiro da Série B. O jogador disputou apenas três partidas oficiais pelo novo clube japonês. Mas, ainda antes, já estudava os jogos e um padrão claro em campo. 

"É um jogo muito rápido. Joguei contra um time da Austrália e dois contra times japoneses. O jogo é muito intenso, rápido, mas no final do jogo o ritmo cai bastante. A partir de 20, 25 minutos do segundo tempo o jogo fica lá e cá. O Léo, volante que está aqui, me alertou. O time que está perdendo começa a se atirar e quem está vencendo não segura. Não sei se é coisa de japonês, que é ansioso, mas o time que está perdendo se joga. Se atira mesmo e o jogo vira lá e cá. Eu reparei isso, o final do jogo é bem aberto", comenta.

O jogador relata que a principal diferença do futebol japonês comparado ao brasileiro é a velocidade.

"A dinâmica do jogo, a velocidade é muito maior, sem dúvida alguma. Os japoneses são velozes pela genética deles. Mas o jogo é rápido. O domínio e passe deles são muito, muito bons. Quando cheguei, fiquei impressionado com a qualidade técnica deles. Em umas coisas eles são mais atrasados, tipo taticamente, mas a dinâmica de jogo eles são bons. Eles executam muito bem. O japonês é muito concentrado e consegue ir bem nos fundamentos". Se alguns fundamentos são dominados pelos companheiros nipônicos, existe um atributo do jogo que segue longe dos pés e pernas asiáticos. "Não vejo improviso nos japoneses, isso é muito diferente no brasileiro. Aí no Brasil tem muita gente que improvisa facilmente. Por eles terem aqui bom passe e domínio, fazem isso a toda hora. Fazem o simples, o fácil", relata.


Fim com o Internacional

Internacional v Atletico PR - Brasileirao Series A 2018
Internacional v Atletico PR - Brasileirao Series A 2018 / Lucas Uebel/Getty Images

Juan Alano se destacou no Internacional ainda na categoria de base por muitos anos . O jogador deixou o time gaúcho sem ter sequência no time principal, e a sua saída ainda mexe com ele.

"Peguei um dos anos mais difíceis do clube. Subi em 2017 e peguei o clube no ano da Série B, foi um ano conturbado e que no início o time não andava. Depois aconteceu de eu jogar, subir e no seguinte a gente ficou em terceiro lugar no Brasileiro, algo que ninguém esperava. Mas eu queria sair para jogar, mas também tinha um pé atrás. Queria fazer carreira no Inter, foram oito anos no clube e tenho identificação enorme com o clube. Me dei bem com todo mundo, todos os treinadores da base ao profissional. Mas na vida a gente tem que tomar decisões e eu precisava jogar. Precisava ter minutos", conta Alano.

O jogador segue com um dado estatístico guardado em sua memória e é o principal argumento para ilustrar a decisão de sair do clube. E relata uma frustração também.

"Em dois anos e pouco de profissional de Inter, eu tinha oito jogos e isso é muito pouco. Muito pouco, a circunstância, tinha muita qualidade (no elenco), a gente entende o lado de ser difícil botar o moleque para jogar, mas optei por ser emprestado. Fui emprestado com aquele pé atrás, mas minha cabeça era sair e depois voltar ao Inter para jogar no clube. Aconteceram coisas no caminho que me trouxeram para o Japão".

A sua passagem pelo Coritiba ainda é confusa para o jogador, por questão de ter trocado o Inter.

"Não digo decepcionado, mas queria ter mostrado aos torcedores e quem acreditou em mim que eu poderia jogar no Inter. Infelizmente não deu, mas quem sabe no futuro, né? Ninguém sabe", apontou

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