Há algum candidato a destronar o domínio brasileiro na Libertadores Feminina?

Ferroviária conquistou a Libertadores em duas oportunidades
Ferroviária conquistou a Libertadores em duas oportunidades / Pool/GettyImages
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Na próxima quarta-feira (3), a bola começa a rolar para a competição mais importante do calendário do futebol feminino sul-americano: a Conmebol Libertadores. Vivendo a 13ª edição de sua história, o torneio contará com três participantes brasileiros: Avaí/Kindermann, vice-campeão brasileiro de 2020; Corinthians, campeão brasileiro de 2020; e Ferroviária, atual campeão continental, que tentará defender o seu título nesta temporada.

Sempre que uma nova edição de Libertadores Feminina se inicia, todos os olhares costumam ser direcionados aos times brasileiros que estarão em ação. A atenção especial aos clubes de nosso país se explica pelo fato de que o Brasil é, sem dúvida, a grande potência da modalidade em solo sul-americano, tendo conquistado 9 dos 12 títulos possíveis deste torneio em suas edições anteriores: Colo-Colo (CHI), Sportivo Limpeño (PAR) e Atlético Huila (COL) são os únicos campeões não-brasileiros da história da competição.

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Corinthians Feminino conquistou a América em 2019 / CRISTINA VEGA RHOR/GettyImages

A pergunta que muitos se fazem é a seguinte: há algum candidato capaz de, nesta edição, destronar o domínio brasileiro e aumentar o pequeno quórum do campeões de outras nacionalidades?

Bem, um dos fatores que faz do futebol ser tão apaixonante é a sua imprevisibilidade, portanto, não podemos descartar surpresas em uma competição de 'tiro curto'. Essa é uma lição que a própria edição de 2020, disputada no início desse ano em virtude da pandemia de Covid-19, nos ensinou: o Corinthians chegou a ela com status de amplo favorito por conta de seu elenco e qualidade de jogo, mas acabou eliminado nas semifinais pelo America de Cali (COL), perdendo por 4 a 3 nos pênaltis após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar.

Um dos times não-brasileiros que pode surpreender nesta edição da Libertadores Feminina é o Cerro Porteño, do Paraguai, atual bicampeão do Torneio Clausura em seu país. Ana Fleitas, Lourdes González e Magali Brizuela são alguns dos destaques da equipe paraguaia, com as duas primeiras tendo figurado no top-3 das principais artilheiras do campeonato nacional. As paraguaias tendem a ser a maior concorrência do Avaí/Kindermann no B, com o Santiago Morning, do Chile, também demandando atenção e cuidado por parte do time catarinense.

O San Lorenzo, da Argentina, também conta com um plantel interessante e chega à Libertadores de "peito estufado" após bater o favorito Boca Juniors na decisão do Clausura. Pode ser um rival duro ao Corinthians no grupo D, ainda que o Timão seja, obviamente, amplo favorito a vencer a chave.

Em termos de resultados recentes e qualidade do plantel, estes dois citados se posicionam como os times com boas condições de repetir o America de Cali, evitando uma final 100% brasileira ou mesmo, quem sabe, impedindo o 10° título tupiniquim na Libertadores Feminina. O favoritismo, no entanto, é de Ferroviária e Corinthians, bicampeões continentais e principais potências do futebol feminino sudaca nesta década.