Gênio que rasgou fronteiras e rivalidades, Maradona inspirou 'boom' de Diegos no Brasil
Por Nathália Almeida
Ótimos jogadores deixam saudade. Grandes jogadores deixam marcas. Gênios, além de marcas e saudade, revolucionam o esporte e transcendem as barreiras/fronteiras físicas, do tempo e da rivalidade. Diego Armando Maradona foi um desses casos raros: herói do povo argentino e maior referência das torcidas de Boca Juniors e Napoli, o craque da camisa 10 ressignificou os limites do possível e do impossível, inspirando uma legião de pessoas ao redor dos quatro cantos do globo.
Mensurar a veneração do povo argentino por Diego é uma tarefa ingrata, pois é uma relação que foge de nossa compreensão. Mas não poderíamos deixar de dizer que Diego Armando Maradona foi, também, brasileiro: de tão gigante que era, não cabia nas fronteiras de um só país e acabou sendo um pouco de todos nós, que amamos, vivemos e respiramos futebol.
A influência do lendário camisa 10 argentino em solo brasileiro pode ser percebida, dentre tantas formas, pelo 'boom' de Diegos registrados em nosso país entre os anos 80 e 90. Apesar de ter sido nosso algoz na Copa do Mundo de 1990 - criou a jogada magistral para o gol de Caniggia, que eliminou a Canarinho nas oitavas de final -, Maradona recebeu homenagens em forma de batismos e registros em cartório pelos quatro cantos do Brasil: na década de 80, tivemos 30 vezes mais 'Diegos' nascidos em terras tupiniquins em comparação aos anos anteriores. Quem detalha esses dados é o site Verminosos por Futebol, que através de um estudo detalhado publicado no ano de 2018, escancara a simbiose entre futebol e sociedade.
Humano e mundano, Diego Maradona partiu, mas não levou parte de nós, não. Afinal de contas, seu legado é construção, e não perda ou despedida. O camisa 10 inspirou em vida e seguirá inspirando gerações e gerações de apaixonados pela bola.