Gaciba deve explicações, mas Grêmio perdeu a oportunidade de se posicionar antes mesmo de a bola rolar
Por Fabio Utz
Se na semana passada Leonardo Gaciba foi aos meios de comunicação (aliás, deveria ir mais) defender seus comandados e, ao mesmo tempo, cobrar dirigentes e treinadores que subiram o tom (alguns, até de forma deselegante e sem educação, é verdade) nas críticas à arbitragem brasileira, agora ele precisa é dar explicações. Trocar a escala por pressão de um clube, que foi o que aconteceu no duelo de sábado, entre São Paulo x Grêmio, é algo, no mínimo, estranho.
O Tricolor gaúcho promete ir às últimas instâncias na tentativa de anular a partida que terminou empatada em 0 a 0 e na qual Rafael Traci, juiz de Santa Catarina, e o VAR Elmo Alves Resende Cunha, de Goiás, tiveram participação decisiva no resultado. Sabemos, de antemão, que esta posição do clube não terá maiores consequências. É preciso reclamar? Com certeza. É necessário defender os interesses da instituição? Obviamente. No entanto, fato consumado dificilmente se torna passível de reversão. O clube tinha, sim, que bater pé lá na quinta-feira, quando as situações do pré-jogo vieram à tona. Agora, embora no seu direito, a reclamação vira "mais do mesmo".
Talvez, se acontecesse de a direção se posicionar tão logo os "fatos novos" se tornaram públicos, o grito teria muito mais impacto e muito mais força. Parte da mídia, que ficou "no muro" e preferiu manter um discurso "oficialista" na relação com seus parceiros (não preciso dizer de quem estou falando), ficaria obrigada a, também, mostrar a cara. Mas repito: caberia ao Grêmio puxar a barca, antes de a bola rolar, na briga contra Gaciba e suas defesas inquiestionáveis da arbitragem.
Depois que tudo aconteceu, agora o máximo que se pode esperar é um "mea culpa", uma punição aos profissionais e era isso. Quando se resolve questionar o "poder" somente depois de um flagrante prejuízo, o risco de virar mico e ser tema de chacota dentre jornalistas do grupo de comunicação mais poderoso do Brasil é grande. O Grêmio, mesmo no seu direito, agiu com atraso e não precisava disso. Fica a lição.
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