Futebol feminino carece de valorização, mas luta por igualdade não pode se dar com argumentos "rasos"

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O mundo, historicamente, tratou de forma muito diferente o futebol masculino em relação ao feminino. Aos homens foi dado um maior valor, uma maior distinção, um maior destaque. Nos últimos tempos, tentativas de colocar as mulheres em um patamar mais elevado surtiram efeito, e o abismo, embora ainda gigantesco, até diminuiu.

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Em meio a discussões para tentar provar a existência até mesmo de preconceito, alguns argumentos são irrefutáveis. Glamour, qualidade técnica, apelo popular, salários. Há diferenças absurdas, ditadas, obviamente, por questões comerciais. A realidade mundial impõe esta questão, e cabe à população lutar contra isso, apoiada, é claro, por entidades esportivas fortes, uma mídia participativa e clubes engajados.

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O que não se pode é extrapolar no tratamento do tema. Recentemente, a Fifa fez uma publicação exaltando Miroslav Klose e o tratando como o maior artilheiro da história das Copas do Mundo, com 16 gols. Se sabe, por exemplo, que a brasileira Marta balançou a rede em 17 oportunidades na disputa feminina. Na união das duas competições, ela estaria à frente do alemão, e o tema gerou até debate entre comentaristas do canal SporTV Raphael Rezende e Ana Thaís Matos.

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Gente, não é para tanto. Defender um ideal e um posicionamento não significa enxergar preconceito em tudo que é ação ou manifestação, seja de quem for. Claro que a luta pela valorização do futebol feminino precisa ser cada vez mais intensa, mas baseada em fatos, em realidades, e não em uma simples publicação em rede social. Quando se leva para esse lado, a própria discussão tende a perder espaço, tende a ficar rasa. É preciso cuidar para que os ideais de igualdade no esporte e reconhecimento da força das mulheres não se dê a qualquer custo, mas sim através de fatos inexoráveis e muito mais importantes que uma simples exaltação a uma personagem masculino.

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