Futebol e política: 5 clubes europeus que são de esquerda
Por Nathália Almeida
Pequeno recorte da sociedade em que vivemos, o futebol é lazer, entretenimento e mecanismo de transformação social, o que faz dele, também, político. Apesar de algumas pessoas julgarem que esporte e política não devem/não podem se misturar, diversos clubes ao redor do mundo não compartilham deste pensamento, e não abrem mais de se posicionar e tomas lados. O Blog do Rafael Reis listou cinco clubes do futebol europeu que estão à esquerda no espectro político-social, por conta de suas ações vanguardistas e conexão com movimentos sociais. Confira:
Livorno (Itália)
Em um país onde predominam os clubes mais alinhados à direita, o Livorno é a voz dissonante. Sediado na cidade onde foi fundado o Partido Comunista Italiano no início do século XX, o clube granata tem uma torcida bastante fiel às raízes de esquerda: um de seus cantos predominantes é o 'Bandiera Rossa', canção historicamente ligada ao movimento operário durante o período de regime fascista no país, implementado pelo ditador Benito Mussolini.
AEK Athens (Grécia)
Baseado na capital do país, o AEK Atenas tem uma torcida bastante apaixonada, que mantém diálogo constante com os torcedores do Livorno, citado anteriormente nesta lista. Seu grupo de Ultras tem como principal ideal 'combater o racismo e o fascismo' nas arquibancadas e na sociedade grega como um todo. Em 2013, um jogador da equipe ateniense comemorou um gol fazendo a saudação nazista, gesto que foi o seu último com a camisa do AEK: acabou banido do clube.
Borussia Dortmund (Alemanha)
Fundado em uma região vinculada aos operários da extração de carvão - onde os ideais de esquerda sempre foram muito fortes -, o Borussia Dortmund teve papel importante no combate ao regime nazista de Adolf Hitler nos anos 30. Funcionários aurinegros chegaram a ser assassinados por utilizar as instalações do clube para produzir material anti-nazismo. Consciente de suas origens, o clube promove ações sociais de combate ao totalitarismo até os dias de hoje, participando ativamente de campanhas anti-racistas e por maior justiça social.
Olympique de Marseille (França)
Campeão europeu nos anos 90, o Olympique de Marseille conta com uma ala considerável de torcedores no 'front' da lutas antirracista e antifascista no país. Não é raro nos depararmos com diversas bandeiras de múltiplas nações no Velódrome, como Argélia, Marrocos e Tunísia, forma encontrada pelos torcedores do OM para lembrar que a França nasce da mestiçagem, algo que os 'ultranacionalistas' tentam negar constantemente.
St. Pauli (Alemanha)
Situado em um pequeno distrito de Hamburgo, é um dos clubes mais engajados politicamente no mundo do futebol. Nas arquibancadas de seu modesto estádio, torcedores do St. Pauli erguem orgulhosamente bandeiras antirracistas e anticapitalistas, além de ser um dos clubes alemães mais combativos em favor dos grupos minoritários, como a população LGBT. Seu quadro de sócios não admite a presença de nenhum torcedor minimamente vinculado com ideais nazifascistas.