Fluminense buscou três volantes no mercado de janeiro, mas 'dono do setor' já estava em casa
Por Nathália Almeida
Passando por dificuldades financeiras que se arrastam há anos, o Fluminense, temporada após temporada, vem montando seu elenco a partir de oportunidades de mercado, apostando em jogadores livres no mercado ou empréstimos de atletas em baixa/não utilizados por seus clubes. Assim foi no início de 2020, quando o clube carioca trouxe Henrique (Cruzeiro), Yago Felipe (Goiás) e Hudson (São Paulo) para reforçar o meio-campo defensivo, setor que sofreu muitas alterações em relação à 2019: Allan, Bruno Silva e Airton, que revezavam titularidade no primeiro semestre com Fernando Diniz, deixaram as Laranjeiras.
Foram três chegadas para três despedidas, e uma sensação de adição de qualidade e experiência com os veteranos Hudson e Henrique. Ledo engano. Passados poucos meses 'oficiais' de bola rolando em 2020, o primeiro tem status de reserva e o segundo rescindiu seu vínculo de empréstimo para retornar ao Cruzeiro. Os titulares do setor são justamente os dois remanescentes de 2019, Yuri Lima e Dodi, com este último se transformando no verdadeiro 'dono' do meio-campo tricolor.
Entre apelidos carinhosos como 'Luka Dodric' e 'Dodiniesta', o meio-campista de 24 anos ganhou o torcedor tricolor desde que assumiu a titularidade com Odair. É o jogador mais regular da equipe carioca neste momento da temporada, chamando atenção pela combatividade, alta precisão nos desarmes e nos passes curtos, além de apoiar o ataque com qualidade, como vimos no golaço anotado contra o Vasco no clássico do último sábado (29). Volante moderno, sabe jogar com e sem a bola, e complementa muito bem seus companheiros de meio-campo.
A descoberta 'tardia' de um jogador que já estava nas Laranjeiras desde 2018 é, sobretudo, um ensinamento: às vezes, tudo que se precisa para encontrar uma solução é olhar pra dentro de casa.