Flamengo melhora, mas caminho para o ‘outro patamar’ ainda é longo
Por Antonio Mota
O Flamengo chegou à sua terceira vitória consecutiva após bater o Fortaleza por 2 a 1, no Maracanã, na tarde de ontem (5), pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro. Vice-líder (ao menos momentâneo), o Rubro-Negro de Domènec Torrent tem apresentado avanços consideráveis, mas ainda peca muito, sobretudo na transição entre os setores, e precisa se afinar para a sequência da temporada – a Copa Libertadores está logo ali.
Diante do Leão do Pici, e também de Santos e Bahia, o Mais Querido de Dome já se portou sensivelmente melhor do que nas partidas anteriores – contra Atlético-MG (estreia do treinador), Atlético-GO, Coritiba, Botafogo e Grêmio – e esteve mais próximo – mesmo distante – do popular “outro patamar”, mas ainda é cedo para afirmar que o time reencontrou o ritmo alucinante do ano passado ou até que chegou ao que o próprio catalão quer implementar no clube.
De todo modo, é possível ver grandes avanços nos trabalhos de Domènec Torrent, especialmente ao que se refere a “conhecer o elenco”. Hoje, obviamente, o treinador tem muito mais conhecimento do material humano do Flamengo e isso tem sido fundamental para ele encaixar o time ao seu estilo. Além disso, a parte física do esquadrão também melhorou e isso também tem favorecido os seus trabalhos – o cotidiano, a automatização dos novos movimentos, a adequação a uma nova filosofia etc., também ditam o ritmo dessa evolução rubro-negra.
Contudo, embora o time esteja progredindo, há algumas brechas escancaradas e que precisam ser fechadas (consertadas) para ontem. Destas, as mais preocupantes, mas não exclusivas, são em relação ao sistema defensivo, que tem sofrido muito em contra-ataques e também com as ‘coberturas’. A zaga, muitas vezes sem o apoio dos pontos, tem penado muito contra atletas velozes e bons no “um contra um”, como Soteldo, do Santos, e Osvaldo, do Fortaleza.
Além dos problemas defensivo, Domènec também tem que trabalhar para deixar, mesmo em partidas contra times mais fechados, como o Leão do Pici, o Flamengo mais organizado e ligado no ataque. Ontem, especialmente após o empate dos cearenses, a equipe perdeu a compactação dos primeiros 15 minutos e espaçou. Esse deve ser outro ponto a ser observado pelo treinador, que tem pouco mais de um mês no Rio de Janeiro.
Com essas e outras demandas, o Flamengo tem evoluído, mas o caminho para o “outro patamar” ainda é longo. Por ora, o “elefante” parece ter saído do quarto, mas os estragos ainda precisam ser consertados e aprimorados para futuros impactos.