Flamengo e Vasco abraçaram a desumanidade ao priorizar cofres em meio à pandemia

Flamengo v River Plate - Copa CONMEBOL Libertadores 2019
Flamengo v River Plate - Copa CONMEBOL Libertadores 2019 / Daniel Apuy/Getty Images
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Com quatro clubes na elite nacional e uma vasta tradição de conquistas e protagonismo, o Rio de Janeiro é um dos principais mercados do futebol brasileiro. Dele, surgem as principais articulações e aparelhamentos para uma retomada do esporte em meio à pandemia do coronavírus no Brasil, movimento capitaneado por dois grandes clubes em específico: Flamengo e Vasco. Seus respectivos mandatários se reuniram no início desta semana com o presidente da República, Jair Bolsonaro, com o objetivo de reforçar a necessidade da volta da bola rolando no país.

Gerando reação negativa até mesmo em seus torcedores, a postura institucional de Flamengo e Vasco, obviamente impulsionada pelas preocupações financeiras, precisa ser lembrada no futuro como o maior vexame da história de ambos. Ao privilegiar cifras à prudência/humanidade, dois dos clubes mais populares do país viraram as costas para o seu próprio povo, passando por cima das quase 18 mil vítimas fatais que o Brasil já contabiliza nesta pandemia.

Pensar em futebol no exato momento em que a curva de contágio se acelera e o país supera diariamente seus números de óbitos beira a crueldade e escancara o total distanciamento dos gestores rubro-negros e cruzmaltinos do aspecto social. A retomada da prática esportiva em um contexto de disparada da contaminação colocaria em risco a integridade e a saúde de milhares de profissionais, de jogadores a roupeiros, algo que Flamengo e Vasco parecem dispostos a 'pagar pra ver' em função do contrapeso financeiro que a retomada do calendário traria.

Na contramão do absurdo, estão Botafogo e Fluminense, que apesar de também estarem sofrendo as consequências da paralisação, fincam o pé contrariamente à retomada. Dirigentes alvinegros e tricolores têm sido altamente combativos no rechaço à volta do futebol no Estado do Rio de Janeiro, segundo em número de casos e óbitos no país. Estes poderão se orgulhar, no futuro, de não terem patrocinado a imprudência e a ganância, em troca de vidas humanas.

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