Final da Champions League entre Barcelona e Lyon é o choque definitivo entre dinastias do futebol feminino
- Barcelona e Lyon disputam a final da Champions feminina neste sábado (25)
- Atual campeão, Barça nunca venceu o Lyon
*De Bilbao, Espanha
Oito vezes campeão da Europa, cinco vezes de forma consecutiva. Onze vezes finalista da Champions League. Dezessete títulos do Campeonato Francês e dez Copas da França. Este é o Lyon, que disputa neste sábado (25) a taça da maior competição do futebol feminino europeu.
Do outro lado, o atual campeão europeu, com dois títulos de Champions e finalista pela quarta vez consecutiva. Nove vezes campeão espanhol e com dez títulos da Copa da Rainha. Time que é a casa da maior parte do elenco espanhol campeão da Copa do Mundo de 2023, o Barcelona vem se consolidando como a maior potência da Europa (e do planeta) na modalidade.
Parece não haver limites para o Barcelona, exceto quando o assunto é o Lyon. Parecia não haver concorrência à altura para as leoas, até que o Barça passou a investir em seu projeto, estrutura, base e profissionalização do futebol feminino. Sorte a nossa, que podemos acompanhar esse duelo de altíssimo nível que já virou um clássico do esporte mundial.
"É preciso respeitar o Lyon pelo seu excelente histórico e, como diz o treinador, também considero que neste momento somos as duas melhores equipes do mundo."
- Aitana Bonmatí, jogadora do Barcelona
Números indiscutíveis, recordes ambiciosos, títulos diversos, campanhas históricas, atletas renomadas, jogo bem jogado. Não há espaço para muito debate quando até mesmo os treinadores reconhecem que os seus são os melhores times do mundo. É seguro dizer que esta é a maior final de Champions League feminina de todos os tempos. Porém, não se engane: o duelo não é inédito.
A final no San Mamés, em Bilbao, será a terceira decisão entre as duas equipes. Nas outras duas, em 2019 e em 2022, vitórias contundentes do Lyon, por 4 a 1 e 3 a 1, respectivamente. O que mudou?
"Gosto de falar sobre a mentalidade porque sem ela não estaríamos aqui. Não gosto de falar sobre o passado. Isso ajuda você a saber que está enfrentando um grande rival. Sabemos disso, mas confiamos totalmente em nós mesmas. Para mim, a final é 50/50 e vejo como treinamos e como chegamos, por isso confio", disse Aitana Bonmatí em coletiva de imprensa nesta sexta (24).
Caroline Graham Hansen, atacante do Barcelona, também falou sobre a postura para encarar a terceira decisão contra o indigesto adversário: "Como equipe, quando você passa por coisas difíceis, você aprende. Agora estamos mais preparadas, mais maduras. Vejo isso de forma positiva. Queremos muito encarar o jogo e lutar pelo título", disse a camisa 10.
Por fim, o técnico Jonatan Giráldez também avaliou a decisão: "É verdade que, como diz Bompastor (técnica do Lyon), evoluímos. Somos uma equipe reconhecível com e sem bola. Sabemos nos adaptar a diferentes cenários. Chegamos a essa final em um momento impecável e é hora de provar isso”, afirmou.
E se de um lado o sentimento é de revanche, do outro há incômodo. O time que esteve presente em 10 das últimas 14 decisões europeias, uma dinastia construída desde 2010 com um projeto sólido, trabalho sério e algumas das melhores jogadoras do mundo se vê perdendo espaço para uma força emergente que se consolidou nos últimos anos.
A mudança no protagonismo também se reflete nos prêmios individuais: de 2018 a 2020, o Lyon teve pelo menos uma jogadora entre as três melhores do mundo, pelo FIFA The Best (Ada Hegerberg, Dzsenifer Marozsán, Lucy Bronze e Wendie Renard). O Barcelona, nenhuma. De 2021 a 2023, porém, o lugar mais alto do pódio ficou para as culés: Alexia Putellas, duas vezes, e Aitana Bonmatí. Sem atletas do Lyon no páreo.
A favor do time francês, no entanto, o insistente tabu: quatro jogos, quatro vitórias do Lyon. Será possível manter a invencibilidade?
O próximo e mais emocionante capítulo deste duelo começa em algumas horas, às 13h (de Brasília), no estádio San Mamés, em Bilbao. Para quem vai a sua torcida?