Final brasileira? Pênalti não marcado em Marinho é mais um fato que simboliza o descrédito da Conmebol
Por Fabio Utz
Quero começar esse texto fazendo uma combinação com você, que agora me lê: foi muito pênalti de Izquierdoz em Marinho, nesta quarta-feira, no jogo entre Boca Juniors e Santos, na Bombonera, pela semifinal da Libertadores. Aqueles que não enxergam assim (como os homens do VAR - ver diálogo no vídeo mais abaixo), no mínimo, precisam de um óculos mais forte ou entender mais das regras básicas do futebol.
Pois esta situação, mais uma vez, suscita debates sobre um certo direcionamento por parte da Conmebol em suas competições. É interessante para a entidade ter dois times brasileiros disputando uma final? Claro que não! Se no dia anterior o Palmeiras praticamente encaminhou sua classificação massacrando o River Plate, tentar dificultar as coisas para o Peixe, diante do outro gigante argentino, parece ser o caminho mais natural possível, mesmo que seja através dos bastidores.
Que fique bem claro. Não estou falando em roubo, corrupção, compra de jogos, orientação velada. Falo, sim, de pressão. A Conmebol é uma organização eminentemente política. E assim trabalha. Suas decisões, normalmente, são tomadas de forma retrógrada, tentando acomodar interesses sem abalar prestígio. E assim ela vai levando. Quem não se lembra em 2002, que o Olimpia foi claramente favorecido para chegar à decisão no ano de seu centenário? Ou os erros do árbitro Carlos Amarilla contra o Corinthians, que mais uma vez podia eliminar o Boca e acabou ficando pelo caminho em 2013? Ou a condescendência com as atitudes do River, sua torcida e seu técnico em 2018?
Não houve ameaça de perda de postos dentro da entidade. Mas árbitros, dirigentes, delegados e juízes que atuam nos corredores da suntuosa sede de Luque sabem que, em agindo contra o que pensa e deseja a cúpula, o prestígio e as oportunidades ficam prejudicados. Eu afirmo e reafirmo: a Conmebol não quer uma final brasileira (ou paulista). E, no que puder, tende a dificultar tal situação, até para não dar espaço demais para uma CBF que também teima em querer aparecer mais do que deveria. Se vai conseguir é outros quinhentos...
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