Fair Play Financeiro se mantém intacto mesmo com reversão de punição ao City, alertam especialistas

Laurence Griffiths/Getty Images
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A Uefa chamou atenção, recentemente, ao banir o Manchester City de todas as competições europeias por duas temporadas. A alegação era de que o clube camuflou a entrada de receitas através de aportes ilegais. A Corte Arbitral, porém, reverteu a punição e ainda diminuiu de 30 para 10 milhões de euros a multa aplicada, condenação esta não por conta de irregularidades, mas sim pela falta de ajuda nas investigações. A pergunta que fica: isso foi um tiro no pé do chamado Fair Play Financeiro? Como mostra matéria feira pela Betway, não é bem assim.

Alexandre Schneider/Getty Images

Aliás, é praticamente consenso entre especialistas que o plano para garantir equilíbrio nas contas das equipes se mantém intacto. “O Fair Play Financeiro não foi criado para punir ninguém, nem criar sanções. Ele visa apenas o desenvolvimento sustentável, sem lavagem de dinheiro”, diz Pedro Daniel, diretor-executivo da Ernst & Young. Ele ainda completa. “Os donos (dos clubes) têm permissão para fazer aportes de até 30% da receita do clube. Se não passar disso, não há por que punir.”

"O Fair Play Financeiro não é um movimento socialista, que busca o equilíbrio financeiro entre os clubes. Se você tem mais dinheiro, você vai gastar mais"

Pedro Daniel, diretor-executivo da Ernst

Este modelo, revela a apuração, ainda traz muitas dúvidas e confusões, mesmo que a Europa o reconheça como de boa valia. No Brasil, é possível que ele comece a ser implementado de uma maneira mais concreta ainda este ano, mas que fique claro que não com o objetivo de gerar disputas mais acirradas, e sim de garantir que as agremiações gastem apenas o dinheiro que possuem. E isso, obviamente, pode dar vantagens maiores a quem tem cuidado com suas contas ou até igualar rivais com potenciais diferentes, dependendo de como os cofres forem administrados. “A partir do momento que você tem uma gestão eficaz, com a visão de que as despesas não podem superar as receitas, cresce a possibilidade de atrair os investidores”, destaca Maurício Corrêa, presidente da Comissão de Direito Esportivo do Instituto de Advogados Brasileiros.

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