Gremistas e colorados divergem sobre volta aos treinamentos em meio à pandemia
Por Rodrigo Salomao
Primeiras equipes da Série A a efetivamente voltar a treinar, Grêmio e Internacional vem protagonizando um intenso debate dentro do futebol brasileiro. Os clubes resolveram retornar aos trabalhos amparados por um decreto estadual que lhes autorizou a tomar tais medidas. A repercussão, no entanto, vem dividindo opiniões até mesmo entre nomes que marcaram época em Porto Alegre.
A GaúchaZH conversou com alguns nomes do passado para saber o que ex-atletas pensam da situação. E as opiniões são muito divergentes. Para Danrlei, por exemplo, não há problemas desde que os critérios legais sejam seguidos:
"Se o decreto libera, tenho certeza de que o atleta vai querer treinar. Eles também querem trabalhar. Tem de seguir à risca o que pede a lei. Tem de manter distanciamento X, mantém o distanciamento. Devem ser tomadas as devidas precauções. Qualquer jogador precisa trabalhar, eles ganham assim. É para qualquer cidadão, independe do futebol", afirmou o hoje deputado federal.
Por outro lado, o colorado (e hoje atleta do Ceará) Rafael Sobis entende que a situação é temerária, embora reconheça que cada estado enfrenta uma realidade distinta em todo o Brasil:
"O retorno vai depender de cada Estado. Temos de respeitar, mas acho que não é o momento. Um contato errado, você já leva para outro companheiro, que leva para casa e pode parar tudo novamente. Para mim, no Ceará não é viável, mas respeito os Estados que têm tomado suas opções", avaliou.
Enquanto isso, Bolívar, seu ex-companheiro de Colorado e hoje treinador, foi na mesma linha cautelosa:
"As coisas precisam voltar aos poucos, mas são decisões que podem ser tranquilas agora ou pode acontecer algo e tudo ter de parar novamente. Quase nada voltou ainda, mas sabemos que o futebol é como qualquer empresa, envolve muitas pessoas para treinar e para os jogos", ponderou o eterno capitão vermelho.
Por fim, quem mais se mostrou absolutamente contrário à medida da dupla Gre-Nal foi Tcheco. O ex-meia do Imortal apresentou uma opinião contundente, levando em conta também a condição futebolística nos demais países do mundo:
"Eu sou contra a volta dos treinamentos, porque, primeiro, nós não temos o controle do vírus. Segundo, outras ligas que estão em países em que a curva já baixou ainda não voltaram. Nossa curva está altíssima. Acho que tudo pode se dar um jeito ali na frente, por mais difícil que fique, mas que fique pelo menos com saúde, não colocando em risco a saúde não só dos jogadores, mas também de todos os outros envolvidos. É um risco desnecessário, e estão atropelando muitas orientações do que vem sendo pedido", concluiu.