Estafe da seleção brasileira detalha processo que levou Daniel Alves à convocação para Copa do Mundo

Nos últimos meses, o estafe da seleção brasileira acompanhou o desenvolvimento do lateral de muito perto
Nos últimos meses, o estafe da seleção brasileira acompanhou o desenvolvimento do lateral de muito perto / CHARLY TRIBALLEAU/GettyImages
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Principal polêmica da lista de Tite, a convocação de Daniel Alves causou revolta em torcedores e comentaristas. As razões são óbvias: além da avançada idade - 39 anos -, o lateral vem de lesão recente e completará, no dia da estreia do Brasil no Catar, dois meses sem atuar oficialmente. Desde a eliminação do Pumas na liga mexicana, o experiente atleta mantém a forma no Barcelona B.

Guilherme Passos, fisiologista da Canarinho, deu detalhes de como a seleção pretende utilizá-lo: "Nós teremos 10 dias de preparação, com os melhores atletas do mundo com a seleção brasileira. O Dani (Alves) vai ter condições de participar desses treinos. E caso ele não atue no primeiro, no segundo jogo, ele terá ainda mais tempo de preparação para uma partida", explicou.

Todo o processo para entender a condição de Dani Alves até a convocação começou em agosto. Passos e o auxiliar e ex-jogador César Sampaio viajaram ao México para vê-lo de perto. À época, os problemas foram evidentes: muitas partidas na altitude local, algumas enquanto meio-campista e, para completar, uma virose que o fez perder condicionamento físico.

"Ele vinha jogando com sequência muito grande, até um dos aspectos que a gente acredita que pode ter aumentado essa fadiga dele. Ele estava numa posição diferente também, corria num volume muito alto. Isso aumentava o desgaste físico, o gasto calórico, o que faz com que o atleta diminua o peso, faz com que perca um pouco de força. Isso tudo fez com que a gente fizesse avaliação no primeiro momento (pela não convocação)"

Guilherme Passos

Já no Barcelona B, onde o lateral treinou ao lado de jovens de 18 até 24 anos de vários lugares do mundo, o preparador físico Fabio Mahseredjian e Cleber Xavier, auxiliar técnico de Tite, encontraram um cenário bem diferente: "Foi perceptível a olho nu a melhora, e os dados de treinamento dele, aquilo que é mensurado no GPS, corroboram o que eu vi", apontou Mahseredjian.

"O Dani hoje treinando na equipe B do Barcelona é o mesmo Dani dos nossos treinamentos em 2022 e o mesmo Dani que foi à Olimpíada em 2021", completou. Bem fisicamente, o experiente atleta segue agradando também do ponto de vista técnico: "Com a posse, ele domina a função que a gente tem, ele como um lateral construtor", argumenta Cleber Xavier.

"É um atleta que tem um mental muito forte, além da sua liderança, buscou se preparar, com 39 anos um atleta está querendo parar ou já parou, e o Daniel continua insistindo buscando o seu espaço. Ele foi na penúltima contra Coreia e Japão, foi muito bem nos jogos, foi campeão olímpico também vindo de um momento difícil, é o maior vencedor do futebol e isso também tem seu valor", seguiu.

"Os critérios na seleção passam pelo histórico de seleção e pelo momento. Ele não vem num momento de jogo, de disputa em alto nível, mas o momento de preparação ele buscou alternativas", completou. A seleção brasileira estreia na Copa do Mundo no dia 24 de novembro, contra a Sérvia, no Lusail Stadium, às 16h de Brasília.

Dani Alves, lateral
Dani Alves em ação pelo Pumas / Hector Vivas/GettyImages

Com informações do GE.