Erika vê futebol feminino em momento especial e revela diferencial do Corinthians: 'Tempo e estrutura'

Em exclusiva ao 90min, Erika falou sobre futebol feminino, Olimpíadas e Corinthians
Em exclusiva ao 90min, Erika falou sobre futebol feminino, Olimpíadas e Corinthians / Foto: Getty Images
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Recordes de audiência, múltiplas transmissões por rodada, nível técnico elevado dentro das quatro linhas, engajamento cada vez maior nas redes sociais: quem ama e acompanha de perto o futebol feminino, está empolgado com momento vivido pela modalidade em solo brasileiro. O caminho para a equidade de condições ainda é longo e desafiador, mas os passos adiante estão sendo dados, gradualmente. E o futuro é promissor.

Esta é uma visão compartilhada não só por fãs e entusiastas da modalidade, como também por suas protagonistas. Em entrevista exclusiva concedida ao 90min, Erika, uma das referências do Corinthians e da Seleção Brasileira, confirmou a sensação que muitos torcedores têm: estamos acompanhando, em 2021, o Brasileirão Feminino mais nivelado e melhor disputado de todos os tempos. E uma série de fatores ajuda a explicar esta explosão de qualidade:

 "É isso mesmo. Está sendo, vamos dizer, a melhor edição de nível tático, técnico. Está sendo muito importante para muitas jogadoras de Seleção, jogadoras que estavam fora do país… Elas estão retornando ao Brasil e isso dá um crescimento, uma visibilidade pro futebol feminino enorme aqui no Brasil (...) Eu fico muito feliz também porque muitos profissionais da área, mulheres, estão cada vez mais integradas nisso. Quando você tem conteúdo, quando você tem pessoas que debatem o assunto com tanto orgulho, com tanta dedicação, tudo isso gera crescimento para o futebol feminino. Eu acredito que só tem a crescer. Então, está sendo sim, a temporada e o ano mais competitivo de um Brasileiro”, afirmou.

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Erika veste a camisa do Corinthians desde 2018 / Carol Coelho/Getty Images

Apesar de vários clubes terem aumentado os investimentos e "elevado o sarrafo" da disputa em solo nacional, o Corinthians, casa da zagueira desde 2018, segue se mantendo no topo: terminou a fase classificatória do Brasileirão 2021 na primeira colocação, com campanha de 12 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Perguntada sobre os segredos do sucesso do Timão, Erika exaltou o trabalho de longo prazo e a estrutura oferecida pelo clube às meninas:

"Muitos clubes hoje, no primeiro investimento, já querem o retorno. E não é assim que funciona, leva tempo. E o Corinthians teve esse tempo, teve os profissionais adequados pra isso. A gente tem um departamento por trás de tudo isso, então diretoria, técnico, comissão completa… Desde assessoria de marketing, tudo, tudo! A gente tem um departamento completo de pessoas qualificadas pra isso, pra fazer crescer. E aí, eu só queria jogar futebol. É isso: eu fazia o meu papel dentro do campo, com todo retorno que eles me davam, com toda a condição e a estrutura que o Corinthians fornece até hoje. E isso é importante pra que as meninas estejam felizes dentro do campo e desfrutar de seu melhor papel. E isso faz diferença. A gente tem essa possibilidade, infelizmente outros clubes não tiveram essa possibilidade, mas estão crescendo aos poucos", afirmou.

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Corinthians Feminino tem um dos projetos mais sólidos e vitoriosos do país / Pool/Getty Images

Tempo, apoio, confiança, infraestrutura. Todas essas grandezas são fundamentais para competir, vencer e prosperar no esporte de alto rendimento. Mas, para Erika, a "cereja do bolo" é o que este grupo de jogadoras alvinegras demonstra no dia a dia: a raça e o profissionalismo, em cada treino ou dividida.

"A gente se cobra muito, a gente se cobra demais. E isso é Corinthians. E eu sou corinthiana, desde pequena. Então quando não vai na técnica, não vai na tática, vai na raça. Na briga, no coração o tempo inteiro. E isso é o diferencial, pode ter certeza"

Erika, em entrevista ao 90min

Ficou com vontade de ler e saber mais do nosso papo com a Erika? Então fique ligado no 90min, pois a parte 2 desta entrevista vai ao ar amanhã (20), véspera da estreia da Seleção Brasileira nas Olimpíadas.