Em entrevista coletiva virtual, Cássio diz que Corinthians está 'de portas abertas' para maior corte salarial

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Durante uma coletiva virtual realizada pelo Corinthians, o goleiro Cássio afirmou que os jogadores estão dispostos a aceitarem corte salarial maior, a fim de evitar novas demissões dentro do clube.

Em maio deste ano, o Timão reduziu o salário dos jogadores em 25%. De acordo o diretor do clube, Duílio Monteiro Alves, o objetivo é repetir a mesma ação em junho. Já os demais funcionários tiveram cortes de 50% e 70%. Embora tenha diminuído algumas despesas, o clube paulista sofre as consequências da crise econômica e decidiu que fará demissões.

“Tudo o que possa ser conversado e ajustado, a gente está aberto e vamos conversar para ajudar. A gente sabe o momento que está passando, o que está acontecendo, é tudo com diálogo, conversa, não tem ‘disse-me-disse’, ou que o jogador se manifestou. Tudo o que o Corinthians tem conversado com a gente a gente tem acatado, tem feito. Trabalhando em conjunto, no final a gente sempre se acerta”, declarou Cássio.

Essa foi a primeira iniciativa do Timão, ao realizar uma coletiva virtual com membros da equipe. É possível que o mesmo processo seja feitos com outros atletas do Corinthians. O goleiro debateu sobre racismo, jogos sem torcidas, cortes salariais, etc. Confira as respostas de Cássio:

Começo de ano delicado

“A gente está num momento de transição, de mudança de estilo de jogo. Chegou o professor Tiago e trouxe uma maneira nova de trabalhar. A gente oscilou bastante, mas o trabalho está sendo bem feito. Estamos tendo todo o suporte dos treinadores, o pessoal novo que chegou, eu com os preparadores de goleiros. Tem pessoas para ajudar a gente. No meu ponto de vista, foram detalhes, de repente tomar um gol que não poderia ter tomado, perder uma chance que poderia ter feito, mas não é nada anormal para começo de trabalho. É lógico que gostaríamos de ter conseguido resultados melhores, mas apesar disso creio que a gente tem evoluído. Se for pensar num trabalho a longo prazo, a gente está no caminho certo”.

Possível reconstrução do Timão

"Eu acredito que, quando voltar, a gente já possa voltar num nível melhor. Temos um grupo muito qualificado, tem totais condições de brigar entre os primeiros, temos um grande treinador, mas isso não conta se a gente não conseguir resultados. Na volta, o torcedor não vai nem querer ver um jogo bonito, mas resultado, vitórias. Esperamos que depois da parada a gente possa ter um futebol consistente e vitórias. Equipe nós temos, estrutura para trabalho, um grande treinador, temos que colocar em prática e ir em busca da vitórias".

Corte salarial

“O Corinthians sempre foi um clube... e as pessoas que dirigem o Corinthians sempre foram pessoas que conversaram. Mas no Corinthians tudo é acertado, conversado, o pessoal tem sido bem franco e honesto sobre a situação. Vivemos um mundo difícil, não só o Corinthians, o mundo todo vive um tempo de incertezas. Mas os caras que dirigem o Corinthians, o Duílio (Monteiro Alves, diretor de futebol), o presidente Andrés (Sanchez), Vilson (Menezes, gerente de futebol), Edu (Ferreira, diretor-adjunto), são pessoas que estão sempre conversando com a gente, falando, nada é resolvido por eles, mas sim em conjunto. A gente sempre teve voz para conversar, sempre teve abertura. No meu ponto de vista, tudo o que é dialogado e conversado em conjunto dá um bom resultado”.

Suspensão temporária do futebol ajudará?

“Nessa pausa a gente tem que ser inteligente, olhar jogos, vídeos, eu tenho visto coisas de outros goleiros, principalmente na Europa, lá se trabalha com os pés. A gente tem que ter humildade de querer evoluir e melhorar. Não tenha certeza que, quando retomarmos os jogos, temos de retomar o caminho das vitórias e o Corinthians estará entre os primeiros”.

Partidas sem torcida

“É muito grande, é diferente, ainda mais se tratando da torcida do Corinthians, que sempre foi muito forte, empurrou o Corinthians, nos ajudou em muitos momentos. Todo mundo sabe da força do Corinthians dentro da sua Arena. Ficar sem essa torcida, a gente fica um pouco prejudicado, mas é o momento, temos que prezar pela saúde de todos. Mas, quando voltarem os jogos e a torcida puder estar presente, é uma torcida que nos agrega muito nos momentos decisivos e a gente conta com ela”.

Racismo

“No meu ponto de vista, se todos nós nos posicionarmos, e não somente por ter acontecido esse episódio... Falo não só em jogadores, mas todas as classes, classe artística, política, em todos os segmentos. No Brasil, em todas as classes há pessoas influentes. Muitos jogadores se posicionam. Essa coisa do racismo não é legal. Você tem que ter cuidado quando fala sobre isso, mas temos que ser radicais, já deu, não pode mais nesse momento você ainda ter problemas raciais. Temos que nos unir, quanto mais forças juntarmos mais forças teremos para lutar contra isso aí. Todos juntos temos que tentar fazer que o racismo acabe, que isso não aconteça mais”.