Em carta, Montenegro chama Botafogo de 'ingovernável' e não poupa críticas nem a Gatito: 'Covarde'

Ex-presidente e conselheiro, Carlos Montenegro não poupa críticas ao Botafogo: "Ingovernável".
Ex-presidente e conselheiro, Carlos Montenegro não poupa críticas ao Botafogo: "Ingovernável". / DIEGO MARANHAO/Getty Images
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Após meses de silêncio, muitas críticas e alfinetadas, Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente e nome forte do Botafogo nas últimas décadas, decidiu falar. Em carta, o polêmico cartola comentou sobre a queda do 'ingovernável' Glorioso para a Série B, da dívida bilionária do clube, dos erros da diretoria e até criticou atletas da agremiação.  

Na introdução, Montenegro disse que saiu de seu “recolhimento para dar uma satisfação a algumas pessoas que merecem e estão nessa lista de e-mails do Paulo Amate”. E fez um questionamento, já emendando a resposta: “Como foi o ano de 2020 para o futebol do Botafogo? Começou no fim de 2019 com alguns expoentes do Mais Botafogo me pedindo para ajudar, obviamente com dinheiro, para a sobrevivência do Clube”.

O Botafogo não resistiu e caiu para a Série B do Brasileirão.
O Botafogo não resistiu e caiu para a Série B do Brasileirão. / Alexandre Schneider/Getty Images

“Desde 1996 quando saí da Presidência, nunca mais tive cargo, nem a caneta, mas sempre disse que o Botafogo era ingovernável”, escreveu o cartola, antes de acrescentar:

"Não existe boa gestão com 1 bilhão de dívidas, 160 milhões de faturamento anual e somente 20/30 entrando no caixa pois o resto está penhorado. Qualquer empresa estaria falida com esse quadro. Existe UTI e emergência o tempo todo. Aí tivemos o primeiro erro. Ninguém queria entrar e entraram todos, e foi formado o Comitê. Erro pois são várias pessoas pensando, com opiniões diferentes e sem dinheiro nenhum", completou.

Em seguida, Montenegro falou sobre a saída de Alberto Valentim e da chegada de Paulo Autuori, da pandemia da Covid-19, do falecimento do saudoso ídolo Valdir Espinosa e entrou na folha de pagamentos e montagem do elenco:   

"Optamos por uma folha entre 1,5 a 2 milhões. Seria formada por vários da base, algumas contratações de jogadores novos e alguns experientes para dar equilíbrio. Decisão errada. Hoje verifico que faltaram HOMENS de 25 a 35. Que assumem responsabilidades", desabafou, citando vários nomes e culpados pela situação do clube. E entrou nas contratações: "Gatito covarde, Marcinho. Kevin, Federico (Barrandeguy) e Gustavo Cascardo (pedido do Autuori) fraquíssimos".

Bruna Prado/Getty Images

"Tenho certeza que tentei fazer o melhor. Tenho certeza que fui otimista demais e pessimista demais em outros momentos. Sei que deveria ter continuado de fora, mas meu jeito de ser acabou prevalecendo, sempre muito verdadeiro, com honestidade e acabei sendo um para-raios e ajudei a proteger todos em volta. Não tem problema. Erro e acerto. Nunca me escondo. Não tem covardia no meu dicionário", encerrou.

Você pode conferir a carta de Montenegro na íntegra acessando o ge.

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