Em alta no Flu, Nino não ‘foge da dividida’ e crítica protocolo sanitário da CBF: ‘Nunca me senti seguro’

"Não me sinto seguro em momento nenhum", diz Nino, do Fluminense, em relação ao protocolo sanitário da CBF.
"Não me sinto seguro em momento nenhum", diz Nino, do Fluminense, em relação ao protocolo sanitário da CBF. / Miguel Schincariol/Getty Images
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Em meio à ótima fase individual dentro das quatro linhas e crescente do Fluminense no Campeonato Brasileiro, o zagueiro Nino concedeu uma entrevista ao UOL Esporte e mais uma vez não fugiu da dividida ao ser questionado sobre a segurança do protocolo sanitário contra a Covid-19 da CBF. Para o defensor, os atletas não estão protegidos na principal liga do país.

"Nós lutamos contra um vírus que não enxergamos. Não existe protocolo seguro, não há como se defender. Eu vi uma liga fazer um protocolo seguro, que foi a NBA, nas finais, com a bolha. Não me sinto seguro em momento nenhum. Tem grandes brechas no protocolo da CBF. Eu me sentia mais seguro no protocolo do Carioca. Não é uma opinião só minha, mas da maioria", afirmou.

Nino não fugiu da dividida e mostrou não confiar no protocolo sanitário da CBF.
Nino não fugiu da dividida e mostrou não confiar no protocolo sanitário da CBF. / Buda Mendes/Getty Images

Em seguida, Nino explicou porque achou o protocolo “Jogo Seguro”, da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), mais seguro do que o da Confederação Brasileira de Futebol. Cabe lembrar que o Fluminense e seus jogadores foram contra o retorno precoce do Campeonato Carioca no ano passado.

"Antes do jogo, a gente tinha um teste rápido que apontava quem estava com Covid. Eu me contaminei no jogo contra o Palmeiras [em novembro, pelo Brasileiro]. Um dia depois do jogo, quatro jogadores do Palmeiras testaram positivo, então eles já estavam infectados. Entendo que tenha uma explicação científica, mas não faz muito sentido. Um teste rápido no dia do jogo seria mais eficaz", acrescentou.

Nino também comentou sobre o processo de vacinação no Brasil e concordou que profissionais da saúde, idosos e pessoas com comorbidades devam ser priorizadas. Ele também revelou que suas avós já foram vacinadas e mostrou estar torcendo para que logo todos estejam imunizados.

“Tem muitas pessoas mais expostas e com risco muito maior que nós [atletas]. Minhas duas avós foram vacinadas, e fico muito feliz. Se pudesse optar, abriria mão para que eles pudessem tomar na minha frente, meus pais também. Tem pessoas que não podem parar de trabalhar, professores, médicos que estão se arriscando, pessoas com maior idade, todos eles com certeza têm que ser os primeiros a se vacinar. A gente vai tomando cuidado e torcendo para que em breve estejamos todos imunizados", declarou.

Olimpíadas e Fluminense

Em sua conversa com o UOL Esporte, Nino também comentou sobre o momento de incertezas quanto ao acontecimento das Olimpíadas de Tóquio, que aconteceriam no ano passado, mas foram adiadas e podem acontecer no segundo semestre deste ano, e destacou o sonho de participar da competição. Além disso, o defensor também colocou o evento, caso aconteça, como uma ‘vitória da ciência’.  

"Participar das Olimpíadas é um sonho que todo mundo tem. O primeiro passo foi a classificação, e eu como pude fazer parte alimento mais ainda esse desejo. É um momento diferente, de prudência, as vidas têm que estar em primeiro lugar. As Olimpíadas só devem ser disputadas em caso de muita gente estar vacinada, e se assim for, vai ser uma grande vitória da vida, uma grande vitória da ciência, da saúde, da superação desse momento difícil que a humanidade passou e está vencendo. Um reencontro do homem com a liberdade com a vacina, que é um momento muito esperado. Com certeza vai ser muito especial", frisou.

O zagueiro também ressaltou o sonho de disputar uma Conmebol Libertadores com o Fluminense e lamentou a ausência da Nação Tricolor nas arquibancadas.

"Triste voltar em um momento desse, com uma classificação e não contar com o torcedor. A torcida sempre esteve do nosso lado. Em 2019, minha primeira temporada, o momento era difícil, mas eles não nos abandonaram e acreditaram até o fim, apoiando mesmo na zona de rebaixamento. Seria muito justo que eles estivessem conosco nesse momento. Infelizmente não dá, mas eles sempre estarão conosco em energia, à distância, nas redes sociais, ainda que não seja fisicamente no estádio, e vamos jogar por eles com certeza", disse.  

Por fim, em tom de brincadeira, Nino também falou se pode fazer algumas mudanças no “Flusquinha”, que é um dos símbolos do clube na temporada, se o Fluminense for para a Libertadores.  "Não tinha pensado nisso ainda. Já vi muita gente falando que ia tatuar o fusca se a gente se classificar [risos]. É uma coisa a se pensar para comemorar esse momento especial. Em breve a gente anuncia aí se isso acontece", declarou.

Atualmente, o Fluminense é o 5º colocado na tabela do Campeonato Brasileiro, com 56 pontos – dois a menos do que o São Paulo (4º). O clube busca uma vaga direta para a fase de grupos da próxima Conmebol Libertadores.   

As informações acima são do UOL Esporte.

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