Discurso x prática: postagem antirracista da Conmebol é contradição para quem se habituou à omissão

FBL-CONMEBOL-LIBERTADOES-FINAL-PRESSER
FBL-CONMEBOL-LIBERTADOES-FINAL-PRESSER / NORBERTO DUARTE/Getty Images
facebooktwitterreddit

O assassinato do norte-americano George Floyd, vítima da brutalidade policial em Minneapolis (EUA), desencadeou uma série de protestos e manifestações ao redor do mundo. Por se tratar de um recorte da sociedade em que vivemos, o meio esportivo obviamente não ficou alheio ao caso, com centenas de atletas e personalidades utilizando o alcance/engajamento que têm para denunciar a violência policial direcionada à população negra, realidade nos quatro cantos do globo, mas especialmente nas Américas.

Na noite da última segunda (2), no entanto, uma voz 'controversa' endossou as reivindicações por uma sociedade antirracista, com justiça social e igualdade racial: a Conmebol. Apostando em uma publicação rasa/genérica, a principal entidade do futebol sul-americano, habituada à omissão e ao silenciamento diante dos inúmeros casos de racismo que ocorrem em suas arquibancadas, optou por se posicionar. A reação popular diante da postagem foi de total indignação, por se tratar de um caso claro de discurso teórico que não acompanha a prática: não precisamos nem voltar tanto no tempo para relembrar casos de racismo sem punição/retaliação.

Mal enraizado em nossa sociedade, o racismo segue se manifestando de forma escancarada e desavergonhada nos estádios sul-americanos, se propagando ainda mais a cada nova 'vista grossa' patrocinada pela Conmebol em seu histórico nada combativo ante aos preconceitos. As décadas de 'rédea frouxa' criaram uma sensação de impunidade aos infratores, consequência negativa, perigosa e difícil de desconstruir. Uma coisa, no entanto, é certa: não é com postagem oportuna em rede social que a entidade dará o primeiro passo para isso.

Quer saber como se prevenir do coronavírus? #FiqueEmCasa e clique aqui.