Dilema? Vencer e respirar é ajudar o maior rival, mas Vasco já não tem 'pra onde correr'
Por Nathália Almeida
Quando o Vasco conquistou uma surpreendente vitória sobre o Atlético-MG em São Januário, parecia que conseguiria respirar aliviado e afastar de vez o 'drama' em torno de um hipotético quarto rebaixamento. Acontece que, desde então, o Cruzmaltino não conseguiu mais sair de campo vitorioso no Brasileirão: dois empates e duas derrotas em quatro jogos, sequência negativa que recolocou a equipe na zona de rebaixamento, e em situação verdadeiramente crítica, tendo em vista que já não controla mais o seu próprio destino.
Sem ter pra onde correr, o Vasco da Gama não pode pensar em um cenário diferente de três vitórias nas três últimas rodadas da competição. Sem asteriscos, brechas ou exceções, o clube de São Januário terá que buscar os três pontos diante do Internacional em casa, ainda que este seja um resultado hipotético que vá beneficiar (e muito!) o rival Flamengo na corrida pelo título brasileiro: revés do Colorado na rodada aliado a um triunfo rubro-negro diante do Corinthians reverte por completo a lógica das primeiras posições, colocando do clube da Gávea em posição de vantagem e podendo empatar o confronto direto que ainda terá diante dos gaúchos.
É fato que nenhum torcedor vascaíno gostaria de ver o seu arquirrival conquistando mais uma taça de peso, mas o Cruzmaltino perdeu a oportunidade de criar uma 'gordura' que lhe permitiria ter um controle maior de sua situação na competição ao não conseguir vencer adversários como Bahia e Fortaleza nas últimas semanas. Se tivesse somado seis pontos ao invés de um nestes dois duelos diretos, o gigante da Colina estaria na 14ª colocação de momento com 42 pontos, ainda não salvo matematicamente, mas muito perto disso. Poderia até mesmo 'se dar ao luxo' de pensar em facilitar para o Inter com o intuito de prejudicar o Flamengo, já que a rodada 38 do Brasileirão lhe reserva um duelo contra o Goiás.
Vencer e respirar, mas por tabela ajudar um arquirrival, é uma posição incômoda e que o torcedor do Vasco obviamente não gostaria de estar. Mas essa é a realidade do clube e não há debate quanto ao peso das possibilidades: um quarto rebaixamento e suas graves consequências, em âmbito moral, financeiro e administrativo, seria muito mais grave e doloroso para o gigante da Colina hoje do que ver um adversário local sendo campeão.