Diego Aguirre se diz injustiçado por saída do São Paulo: "Fiquei surpreso"
Por Antonio Mota
Remorso? O uruguaio Diego Aguirre, ex-São Paulo e agora no Al-Rayyan (QAT), revelou que não gostou da forma com que foi demitido do Tricolor Paulista, em 2018, e acredita que foi injustiçado. O treinador também falou sobre os objetivos da época, relação com a torcida são-paulina e relacionamento com Raí.
Em entrevista concedida à ESPN Brasil e publicada pelo UOL Esporte, o experiente comandante falou que os momentos difíceis fazem parte do futebol, mas que a demissão foi injusta: “Às vezes, não dá para entender. Mas fico tranquilo com o trabalho que fizemos. O São Paulo estava muito mal quando chegamos e o objetivo era chegar à Copa Libertadores, o que nós conseguimos”.
“Mas, acho que a expectativa aumentou muito e já não era mais alcançar o nosso objetivo inicial. Então eu acabei sendo demitido. Me mandaram embora, fiquei surpreso, obviamente, mas faz parte do futebol. As coisas ficam onde têm que ficar. A bola pune e acontecem coisas depois que fazem o trabalho ser valorizado”, acrescentou.
Em seguida, Aguirre explicou o porquê de ter demorado para tratar publicamente do assunto. "Preferi não falar no momento porque estava ferido, estava mal, estava bravo e poderia falar coisas de que me arrependeria no futuro. Agora, as coisas ruins, a gente esquece e fica com as lembranças boas. Fiz muitos amigos e fizemos um bom trabalho”, pontuou.
Para além de não remoer situações do passado, o uruguaio ainda destacou empatia dos tricolores. "Eu percebo um carinho da torcida nas redes sociais. Eles também ficaram surpresos com o que aconteceu. [...] Eu fui demitido depois de um empate contra o Corinthians no estádio deles, o que não é um resultado tão ruim. Foi ruim para a competição, mas eu fiquei muito surpreso também”.
Por fim, o treinador de 54 anos ainda explicou que não entendeu o desfecho da relação com Raí, coordenador técnico do São Paulo, e de que tudo poderia ter sido diferente caso Diego Lugano, diretor de relações institucionais do clube, estivesse presente na ‘hora’ de sua demissão.
"O relacionamento com o Raí era muito bom, mas não entendi o final. Não entendi quem tomou a decisão final. Se ele tomou a decisão, respeito. Se ele não tomou a decisão, não sei o que está fazendo lá. Lugano não estava de acordo com a decisão, até porque foi ele que me recomendou para o São Paulo. Ele estava em Buenos Aires no dia da minha demissão. Se ele estivesse em São Paulo, eu não seria demitido", encerrou.