Decadência mútua? Jornalista crê que 'casamento' entre Vasco e Luxa tem esse motivo

Fortemente ameaçado pelo 'fantasma do rebaixamento', o Vasco da Gama não surpreendeu ninguém ao demitir Ricardo Sá Pinto e, menos ainda, ao anunciar seu substituto. Apesar de não ter sido o plano A da diretoria - esse status pertencia à Zé Ricardo, que recusou a proposta -, Vanderlei Luxemburgo foi o plano de contingência escolhido para 'apagar o incêndio' na Colina, com o clube apostando em um nova passagem nos moldes da anterior (2019) para garantir a permanência da equipe na primeira divisão nacional.

Aos olhos do jornalista Mauro Cézar Pereira (UOL Esportes), o 'casamento reatado' entre Vasco da Gama e Vanderlei Luxemburgo foi uma movimentação totalmente previsível, muito em função do momento vivido pelos dois: clube e treinador estão em evidente declínio, e por isso seriam as alternativas praticamente 'exclusivas' um ao outro.

"Quem foi atrás dele além do Palmeiras quando ele estava lá no Vasco? Teve várias propostas? Me parece que não, então só o Luxemburgo quer o Vasco e só o Vasco quer o Luxemburgo, o ex-melhor técnico do Brasil em baixa, acho pouco provável que ele volte a ser. E um dos maiores clubes do Brasil também em baixa. O Vasco, como é eterno, vai se recuperar e voltará em algum momento a figurar entre os grandes, disso eu não tenho dúvida. De um jeito ou de outro o Vasco vai ter que se recuperar, tem muita torcida, um dia se recupera. Quanto tempo vai levar, não sabemos. O Luxemburgo não, é um ser humano, não é eterno, ele dificilmente terá tempo na sua carreira para se reinventar e voltar a ser o melhor. Então é um técnico na descendente", afirmou.

Luxemburgo teve a oportunidade de 'dar o salto' e recuperar seu prestígio em 2020, quando assumiu o comando do Palmeiras, dono de um dos melhores elencos do país. Contudo, mesmo com um material humano vasto em mãos, provou que ainda vê e pensa o futebol com olhos de outra era: a revolução promovida por Abel Ferreira em pouquíssimo tempo de casa só escancara isso.

O Vasco da Gama até precisa de uma revolução nas mentalidades e no jeito de fazer futebol mas, por se ver em um cenário de extremo perigo, 'apelou' para a hipotética segurança de um trabalho que obviamente não foi brilhante em 2019, mas foi correto. É uma ambição muito pequena para o tamanho do Cruzmaltino, mas coerente com o panorama que o clube se encontra hoje.