De braços dados com o fracasso: Medeiros deixa claro que Inter apostou em um ídolo, e não em um técnico
Por Fabio Utz
Minutos após a eliminação do Internacional na Copa do Brasil diante do América-MG, nesta quarta-feira, o presidente Marcelo Medeiros foi aos microfones para falar em nome do clube. Pois ele, ao ser questionado sobre os motivos da escolha por Abel Braga para substituir Eduardo Coudet, evidenciou o passado do treinador no clube, sua presença fundamental no principal momento colorado em todos os tempos e, também, o fato de ele ser o segundo técnico que mais dirigiu a equipe na história. Ok, mas só isso basta?
Eu respondo: não, não basta. Vivendo seus últimos dias de gestão, afinal, deixará o cargo na virada do ano, Medeiros deixa claro que apostou em um símbolo, e não em um treinador. Falou mais alto a admiração que se tem por um ídolo (e amigo) do que a qualidade do profissional. E esse tipo de escolha faz parte de um futebol arcaico, que não combina com os dias atuais. Jogador, hoje em dia, quer ouvir de seu treinador ideias claras, objetivas, modernas. Apenas o discurso e a motivação não fazem mais diferença dentro das quatro linhas.
Muito embora as opções escassas de mercado, o Colorado lidou muito mal com a saída de Coudet e, literalmente, ficou perdido. Com todos os defeitos e virtudes do argentino, antes se tinha um técnico à beira do gramado. Agora, não se vê mais isso. E a culpa não é do Abel, mas sim de quem o trouxe. É claro que, com o andar da carruagem, os erros do comandante também ficam evidentes, bem como a confirmação de que se encontrava praticamente alheio à realidade do esporte. Mas isso, ainda assim, é menor do que a falta de tato para gerir um clube, sim, em crise.
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