D'Ale é ídolo eterno no Inter; se fosse no Grêmio, hoje, já teria uma estátua
Por Fabio Utz
Muito se fala no Rio Grande do Sul que o Grêmio, na comparação com o Internacional, consegue preservar de forma mais visível a relação com seus ídolos. A estátua em homenagem a Renato Portaluppi, mesmo que cercada de folclore, talvez represente isso.
Alguém pode retrucar dizendo que, no Beira-Rio, Fernandão também está lá, erguendo a taça de campeão do mundo para todos verem. No entanto, um (no caso, o gremista) ganhou a homenagem pelo trabalho prestado, enquanto o outro (o colorado) teve o monumento erguido como forma de mantê-lo vivo na memória de todos após o seu trágico passamento - se não fosse isso, talvez até hoje estivessem cobrando algo parecido, sem sucesso.
Aqui não quero travar uma disputa de beleza ou incitar a rivalidade Gre-Nal. Exponho, apenas, fatos, tendo a convicção de que D'Alessandro, se tivesse vestido a tricolor e feito tudo o que fez pela sua passagem pelo futebol gaúcho, já estaria "imortalizado", também com uma estátua, antes mesmo de anunciar sua despedida. O argentino é muito mais que um jogador de futebol. Ele representa, dentro de campo, os anseios do torcedor. Ele cobra, ele grita, ele expõe realidades. Da boca dele saem palavras que, na realidade, deveriam sair da boca de dirigentes.
Como o próprio camisa 10 falou ao comunicar sua saída de Porto Alegre a partir de 31 de dezembro, ele, sim, é mais colorado do que muitos que demonstram sede por poder. E colorados como D'Ale, há muito tempo, já deveriam estar eternizados. O torcedor reclama, com justiça, algo grandioso para seu principal ídolo, pois sabe que esta relação precisa se manter para todo o sempre. Se fosse do outro lado...
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