Cruzeiro espera tramitação de projeto de lei para avançar em clube-empresa; entenda
Por Antonio Mota
O Cruzeiro tem interesse em prosseguir com o projeto de se tornar um clube-empresa, no entanto, para isso, a agremiação depende da tramitação do Projeto de Lei (PL 5515/19) no Senado Federal. Em entrevista à Globo, Sérgio Santos Rodrigues, presidente da Raposa, comentou sobre esse desejo do clube e vários outros assuntos, como possíveis investidores – inclusive dentro do novo Conselho Deliberativo da Celeste –, novo estatuto e mais.
De acordo com informações do ge, o Projeto de Lei (PL 5515/19), do senador mineiro Rodrigo Pacheco, que recentemente foi eleito presidente do Senado, permite a criação e a regulamentação da Sociedade Anônima de Futebol (SAF), com um conjunto de regras específicas para o esporte. E o Cruzeiro precisa que esse projeto seja aprovado para dar continuidade ao plano de se tornar um clube-empresa.
“O Cruzeiro já alterou o estatuto, já permitindo que houvesse uma empresa para gerir o departamento de futebol. Nosso estatuto já permite, a gente só está esperando aprovação do futebol, por causa dos benefícios tributários. Ela (a lei) é mais favorável, para poder... A gente caminha para redigir o estatuto, temos um grupo de juristas para isso. Para assim que o projeto for aprovado, a gente já conseguir registrar a S.A. do futebol”, afirmou o presidente.
Enquanto espera a aprovação do projeto e do novo estatuto do clube, Sérgio Santos Rodrigues falou que trouxe possíveis investidores para o Conselho Deliberativo do Cruzeiro. O mandatário montou, de olho na entrada de recursos na Toca, uma ‘base’ de uma sociedade anônima dentro da equipe e até já formou um grupo de trabalho sobre clube-empresa.
"Paralelamente, a gente já trouxe para o conselho: patrocinador, dono de banco, dono de mídia, gente envolvida nisso aí tudo, para discutir na parte negocial, como isso ficaria bom, para criar S.A. do Cruzeiro, da qual o clube social, a associação sem fim lucrativo do Cruzeiro terá 51% das ações, e 49% serão negociadas", declarou.
Recentemente, em conversa com o ge, Sérgio Santos Rodrigues falou sobre a necessidade de aprovação do Projeto de Lei no Senado e das dificuldades de captar recursos para o Cruzeiro. “Estando, atualmente, à frente do Cruzeiro, uma instituição gigante que se encaixa neste perfil, vivo a realidade de esbarrar na captação de recursos no mercado em razão de consequentes inadimplências e notícias ruins que assolaram o clube no passado recente”.
Além disso, o cartola também comentou sobre os rumores do começo do ano de que possíveis investidores do Oriente Médio ‘colocariam dinheiro’ no clube.
“Ninguém coloca dinheiro do clube nessa situação se você não tiver instrumentos de governança para isso. O Cruzeiro quer ser pioneiro nisso, caminha muito na parte política no que for necessário para aprovação do projeto do clube-empresa. E interno na redação de estatuto, instrumento de governança, parceria multifuncionais, para que a gente estruture. Não é só no Cruzeiro, no Atlético-MG, Vasco, Botafogo, em qualquer equipe que tenha esse balanço com dívida alta... No Santos, que chegou à final da Libertadores, mas tem um balanço de quase R$ 1 bilhão de prejuízo, ninguém vai chegar e botar dinheiro. Isso é muito vago”, completou, antes de acrescentar:
“Fiz viagem para o Oriente Médio recentemente, conversei com várias pessoas, e isso é para abrir caminho. Até porque quem já fez negócio com árabe sabe que eles não vão enfiar dinheiro sem conhecer, sem ter olho no olho, ainda mais com intermediário e quantias altas. Nosso objetivo é mostrar, aproximar, mostrar os projetos, como a gente vai mudar. No fim, é o que lembro a todo mundo: estamos há sete meses aqui. Não é com sete meses que, infelizmente, a gente vai conseguir mudar o histórico de praticamente oito anos de gastos desnecessários, da forma como as coisas vinham acontecendo. É uma construção. De concreto, não tem nada. Existe conversas abertas, diálogos abertos, potenciais em contas, visitas...”, disse.
Projeto de clube-empresa no Senado
De acordo com informações do Blog do Rodrigo Capelo, também via ge, a Sociedade Anônima do Futebol é diferente da S.A. do deputado federal Pedro Paulo. Em explicação, o jornalista informou que a SAF tem como base a “existência de ações ordinárias de classes A e B, justamente para que as associações civis mantenham poder em relação ao seu futuro em temas sensíveis, como mudanças de sede, cores e símbolos”.
Outros pontos diferentes: a SAF proíbe que um mesmo investidor tenha participação em mais de um clube-empresa, o que poderia gerar manipulação de resultados e/ou conflitos de interesses, por exemplo. A S/A. não detém nenhuma limitação do gênero. E também que na Sociedade Anônima do Futebol existe uma debênture específica para o futebol – “título de dívida que os clubes-empresas poderiam emitir no mercado financeiro para captar investimentos com juros mais baixos”, explicou o ge.
As informações acima são do ge.
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