Corinthians escapa do 'grupo da morte' da Libertadores, mas passa longe de ter vida fácil
Por Lucas Humberto
Antagonistas frente a frente novamente. Após sorteio realizado nesta sexta-feira (25), o Corinthians conheceu seus futuros adversários na fase de grupos da Copa Libertadores. Boca Juniors (ARG), Deportivo Cali (COL) e Always Ready (BOL). É possível cravar, sem nenhum exagero, que alvinegros e xeneizes irão protagonizar o duelo mais esperado entre todas as chaves.
As razões são várias: reedição da final de 2012, uma espécie de vingança pessoal depois da conturbada eliminação dos paulistas com apito de Carlos Amarilla e, claro, pelo contexto atual de ambos. Dois clubes consolidados no cenário sul-americano mas que, por variados motivos, não vivem grande fase no que diz respeito aos títulos.
Mas as preocupações do Timão precisam ir além. Se os outros dois oponentes não ameaçam tanto em termos técnicos, o deslocamento certamente não será simples. Logo de cara, Vítor Pereira e seus comandados terão de superar a temida altitude boliviana de 3.625 metros acima do nível do mar para enfrentar o Always Ready.
A logística da viagem para encarar o Deportivo Cali, na Colômbia, também guarda sua dose de complexidade: são quase nove horas de voo. Lá, a equipe corintiana irá reencontrar Yony González e o técnico Rafael Dudamel, ex-Galo. Campeã nacional na última temporada, a equipe hoje ocupa a vice-lanterna do torneio colombiano, mas tem entre seus trunfos o conhecido Teo Gutiérrez.
Se não houver nenhuma zebra, as duas primeiras colocações do Grupo E ficarão entre Corinthians e Boca Juniors. Isso, claro, depende muito mais do próprio alvinegro do que dos seus oponentes. A Libertadores exige constância física, equilíbrio mental e uma gigantesca dose de estratégia. As duas primeiras características ainda não foram vistas no Parque São Jorge em 2022.
Se avançar à próxima etapa, o Timão chega fortalecido por ter superado dois dos maiores medos dos brasileiros: a altitude boliviana e a tradição continental dos gigantes argentinos. Há vantagens na complexidade das chaves continentais. Grupo da morte ou não, o Corinthians precisa, antes de pensar nos oponentes, parar de cair nas próprias armadilhas. Esse é o primeiro desafio.