Os 5 principais erros do Corinthians na derrota para o Atlético-GO

Sylvinho estreia com o pé esquerdo como treinador do Corinthians
Sylvinho estreia com o pé esquerdo como treinador do Corinthians / Jean Catuffe/Getty Images
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A primeira partida de Sylvinho, como técnico do Corinthians, não empolgou a torcida. A Fiel, que já não colocava muita fé em um possível bom trabalho do jovem treinador, com certeza não teve boas impressões em relação ao que foi apresentado no último domingo (30).

Na estreia dele, pelo Campeonato Brasileiro 2021, a vitória não veio: o Timão perdeu em casa para o Atlético Goianiense pelo placar mínimo, e alguns erros foram cruciais para que este resultado fosse o derradeiro. Listaremos aqui os 5 principais erros do Corinthians na derrota para o Atlético-GO.

1. Erros de passe

Ramiro
Ramiro foi um dos jogadores que errou mais passes na partida / Alexandre Schneider/Getty Images

421 passes incompletos. Parece inimaginável para um time que joga em gramado tão bom quanto o da Neo Química Arena. Por muitas vezes os jogadores foram surpreendidos pela marcação do adversário, que seguidamente cercava a saída de bola alvinegra.

Entretanto, os erros de passe se davam não somente na defesa, como também no meio e no ataque, resultando numa tremenda falta de criação de jogadas ou de chances minimamente trabalhadas, principalmente no primeiro tempo. Desta forma, as únicas armas eram os chutes de longa distância e ações individuais dos jogadores. A posse de bola foi maior, porém inútil.

2. Fagner pouco ofensivo

Fagner
Fagner se lançou pouquíssimas vezes ao ataque / Alexandre Schneider/Getty Images

Desde que Fagner voltou ao time do povo, a sua importância cresceu muito devido ao seu poder ofensivo. O lateral, em muitas oportunidades, se mostrou firme defensivamente e muito efetivo na criação de jogadas pelo lado direito, apoiando os meias e os atacantes do time.

No antigo sistema 3-5-2, implantado pelo ex-técnico Vagner Mancini, tanto ele quanto Lucas Piton estavam sendo utilizados da melhor maneira possível, devido ao volume que ambos davam no ataque, possibilitando triangulações, tabelas, e uma vantagem numérica do meio para frente.
Assim que o sistema novo é apresentado, percebemos que só Piton subia, enquanto Fagner praticamente manteve suas funções defensivas.

No momento em que o time começou a correr atrás do empate, Fagner passou a atacar, mas aí já começava o desespero e ninguém mais guardava a posição treinada. Amarrar um lateral que por conta desta versatilidade foi convocado para disputar uma copa do mundo, é um tiro no pé.

3. Três volantes

Roni foi um dos escolhidos para formar o esquema com três volantes
Roni foi um dos escolhidos para formar o esquema com três volantes / Alexandre Schneider/Getty Images

Camacho, Roni e Ramiro fizeram uma partida ruim. Não é motivo para crucificar os jogadores e nunca mais deixá-los jogar pelo timão, mas é razão para nunca mais deixá-los jogar juntos em uma partida em que se deve propor o jogo. Jogando em casa, com um elenco que já mostrou ter algumas qualidades individuais a serem lapidadas ou recuperadas, o time não pode começar a partida com jogadores que contribuem tão pouco com o sistema ofensivo.

Existia, praticamente, uma lacuna entre a defesa e o ataque alvinegro
, pois estes três jogadores não são rápidos e tão pouco são criadores de jogada. A técnica esperada, por pelos menos um deles, é a de um jogador que possa achar um passe para o finalizador, de um jogador que possa quebrar linhas e levar perigo ao adversário. Não se propõe jogo com três volantes, ainda mais quando eles também apresentam uma sequência considerável de passes errados, erros de domínio e de condução de bola.

4. Desatenção defensiva nos passes infiltrados

Gil
Gil formou dupla com Raul Gustavo na estreia pelo Brasileirão 2021 / Alexandre Schneider/Getty Images

Antes do gol de Zé Roberto (eterno carrasco do São Paulo), os visitantes já haviam colocado uma bola na rede, mas com o autor do gol em posição irregular. Sylvinho, durante a partida, havia falado em relação a estas infiltrações, a esta lentidão da zaga do Corinthians no momento em que o Dragão efetuava passes para quebrar as linhas.

Além da desatenção dos zagueiros, os volantes também acabavam cedendo espaços para que as bolas passassem a ponto de deixar atacantes na cara do gol. A criação do lance de gol do time de goiano, passou por esta troca rápida de passes que acabou pegando a zaga de surpresa. Entretanto, a bola só chegou ao centro avante rubro-negro por falta de cobertura de Raul Gustavo e Camacho, que assim que a bola entrou na área se perderam totalmente e deixaram o jogador adversário livre para marcar.

5. 3-5-2

Sylvinho
Sylvinho decidiu mudar o esquema que estava funcionando / Michael Regan/Getty Images

Sabemos que é início de trabalho, que o time está aprendendo como deverá jogar com o novo treinador, que eles estão se adaptando aos novos comandos e que isso demanda um certo tempo. Porém, é inegável que trabalhar num sistema de quatro defensores, neste momento, é dar um passo para trás. O sistema de três zagueiros deveria ser olhado com mais carinho pelo novo treinador e, provavelmente, deverá ser implantado novamente nas próximas partidas.

Mas fica a pergunta: Qual seria o problema de já começar com o antigo esquema tático? Os jogadores já ambientados e preparados para ele, conseguiriam, com muito mais facilidade, entregar uma vitória logo na estreia de Sylvinho, e sabemos o quanto pesa uma vitória e também o quanto pesa uma derrota no Corinthians.

João Vitor, Gil, Raul, Piton e Fagner. Uma linha defensiva, com laterais que sobem bem e com dois zagueiros jovens e rápidos. Ajudaria? Com certeza teria mais proteção e mais criação.