Corinthians adota estratégia da cortina de fumaça ao multar Jô pela chuteira

Neste domingo (20), Bahia e Corinthians protagonizaram um sonolento jogo pela 5ª rodada do Brasileirão. O empate sem gols traduz bem o baixo nível técnico do confronto, que teve outro personagem no centro das atenções: a chuteira azul turquesa (ou verde) utilizada por Jô. O acessório, estilizado nas cores do arquirrival, causou comoção nas redes sociais.

Essa não é a primeira vez e dificilmente será a última polêmica envolvendo as cores do Palmeiras, Em 2013, por exemplo, Alexandre Pato protagonizou momentos controversos ao treinar utilizando uma chuteira verde. No dia seguinte, o Timão solicitou que o jogador não a utilizasse mais. A discussão por parte da torcida é até cabível. Mesmo havendo milhões de outros problemas consideravelmente mais relevantes, o acontecimento evoca tradição. Vindo do questionado centroavante, então, tudo ganha proporções ainda maiores.

Não podemos usar o mesmo raciocínio para a punição do time direcionada ao jogador. Em nota, o clube do Parque São Jorge comunicou a decisão: "A diretoria de futebol do Sport Club Corinthians Paulista comunica que conversou com o atacante Jô sobre a utilização das chuteiras na partida diante do Bahia, neste domingo (20). O atleta foi advertido, multado e não utilizará mais, seja em treinamentos ou em jogos."

Com graves problemas no elenco e finanças combalidas, a última preocupação da diretoria Alvinegra deveria ser aplicar uma multa em Jô. Aliás, indo na onda das explicações detalhadas, a Fiel merecia outros comunicados, por exemplo: quais foram as medidas tomadas quando atletas do Timão desrespeitaram os protocolos de saúde e foram vistos em resorts? Os torcedores vão receber comunicados sobre a dívida que atinge quase R$ 1 bilhão? Reforços nesta temporada? Nesse sentido, a polêmica envolvendo Jô e as cores do arquirrival parece não ser mais do que um cortina de fumaça tentando esconder os reais problemas do clube.