Convicção de Raí em Diniz começa a render frutos, mas 'saldo' da decisão segue atrelado a título
Por Nathália Almeida
Gigante 'adormecido' há longos oito anos - sua última conquista de título data de 2012, quando ergueu a Copa Sul-Americana -, o São Paulo chega à reta final do mês de novembro como forte candidato em duas frentes na temporada: no Brasileirão, onde ocupa a 3ª posição de momento, mas com três jogos a menos em relação ao líder Atlético-MG; e na Copa do Brasil, competição em que é semifinalista após amassar o poderoso Flamengo nas quartas de final.
O momento no Morumbi é positivo e a euforia, há muito 'abandonada' pelo torcedor, começa a retornar às arquibancadas tricolores. Não custa reforçar, no entanto, que o cenário de momento é drasticamente oposto ao que pairava sob o mesmo clube entre agosto, setembro e início de outubro: eliminado precocemente da Libertadores, superado pelo Lanús em sua estreia na Sul-Americana e então irregular no Brasileirão, o Soberano flertava com a demissão de Fernando Diniz.
A pressão era imensa e partia de todos os lados: torcedores, opinião pública e imprensa, no geral, tratavam a saída de Diniz não apenas como iminente, mas necessária. O departamento de futebol tricolor, encabeçado por Raí, parecia ser o único 'setor' a pensar diferente, reforçando a confiança nas ideias do técnico e no trabalho a longo prazo. E na contramão de tudo que havia ao redor, o comandante acabou permanecendo no Morumbi, decisão arriscada, arrojada, e que vem se provando acertada, ao menos até o momento.
As eliminações e fortes críticas se transformaram em lições para Diniz, que vem se mostrando menos dogmático e mais flexível em suas convicções, sem abrir mão daquilo que acredita. Sua equipe aparou erros, estancou a 'sangria defensiva' e tem sido mais vertical no ataque, algumas das cobranças que haviam sobre o trabalho em curso. Obviamente, ainda é certo para tratar a manutenção do técnico como um sucesso absoluto, já que qualquer 'saldo da temporada' está condicionado à conquista de um título, urgência para o gigante que não ergue um troféu há tanto tempo. Contudo, não é errado dizer que o São Paulo parece preparado para encerrar o longo jejum, e isso passa diretamente pela aposta no médio/longo prazo feita por seus dirigentes.