Conmebol rebate declaração preconceituosa de Arsène Wenger, atual consultor da FIFA
A Conmebol precisou emitir nota à FIFA na noite da última terça-feira (14) após declarações xenófobas feitas por parte de Arsène Wenger, ex-técnico do Arsenal, a respeito de Kylian Mbappé, jogador do PSG e da Seleção Francesa.
Considerada infeliz e de teor racista, a opinião do atual consultor da FIFA está sendo tratada como polêmica justamente pelo fato de desqualificar os continentes não europeus, sobretudo em discriminação à África. Isto foi, a saber, o que disse o francês de 72 anos: "Se o Kylian [Mbappé] tivesse nascido nos Camarões, não se teria convertido no avançado que é hoje. Existe a Europa e existe o resto do Mundo", disse.
Dessa forma, desde que foi veiculada, a declaração tem sido fonte de indignação por parte de várias entidades. Em recado direcionado a Gianni Infantino, representante da entidade máxima do futebol mundial, disse a entidade representante do futebol Sul-Americano:
"A CONMEBOL recusa e condena as muito infelizes expressões do alto funcionário da FIFA, muito próximo da presidência da instituição, Arsène Wenger. A CONMEBOL está firmemente comprometida na luta contra as expressões e gestos racistas ou discriminatórios, sejam provenientes de adeptos nos estádios, técnicos no campo de jogo ou dirigentes através de declarações públicas. As palavras de Wenger - além de revelarem uma insólita ignorância sobre a valiosa contribuição dos jogadores africanos ao futebol mundial, muito em especial ao europeu - mostram um revés degradante que inviabiliza os esforços de atletas e instituições desportivas que não 'estão na Europa'. Muitas vezes, os preconceitos mais condenáveis disfarçam-se de reflexões 'fundadas' e 'inteligentes'.
"As palavras de Wenger, além de revelar uma inusitada ignorância sobre a valiosa contribuição dos jogadores africanos para o futebol mundial — especialmente para o futebol europeu —, mostram um viés degradante que inviabiliza os esforços de atletas e instituições esportivas que não 'estão na Europa'. Muitas vezes, os preconceitos mais condenáveis se disfarçam de reflexões 'fundadas' e 'inteligentes’."
- continuou.
O talento, o espírito de sacrifício e o desejo de superação dos jogadores africanos e sul-americanos devem ser valorizados e respeitados", finalizou a entidade.