Como seria a Seleção do Tri se fosse formada por jogadores da atualidade
Por Rodrigo Salomao
Há exatos 50 anos, o Brasil levava pra casa a Taça Jules Rimet com o inesquecível tricampeonato mundial. Foi num dia 21 de junho de um ensolarado México, que o lendário Esquadrão não deixou a Itália ver a cor da bola: 4 a 1 na final, sem dó, nem piedade. Mas quão bom era aquele time, afinal de contas? Nós assistimos alguns jogos daquela campanha e contamos pra vocês aqui embaixo quem era quem se fossem atletas da atualidade. Confiram!
1. Félix - Keylor Navas
Arqueiros até de certa semelhança física, Félix e Navas têm em comum muito mais do que isso. Questionados por eventuais inseguranças, os dois foram muito bem nos momentos decisivos, na hora de decidir taças importantes. Subestimados? Até é possível dizer que sim. Mas seria difícil terem protagonismo com tantos craques ao redor. Quase tão difícil quanto ganhar o que ganharam.
2. Carlos Alberto Torres - Alexander-Arnold
Capitão daquele timaço, com uma presença que transcendia "apenas" à sua liderança. Carlos Alberto Torres era um mestre da lateral direita. Jogava não apenas com as pernas, mas também com a mente. Inteligente, sabia muito bem a hora de atacar e a hora de defender. E o clássico gol contra a Itália coroou bem esse aspecto. Assim como o jovem inglês do Liverpool, que já provou em pouco tempo o quanto tem a mentalidade muito acima da média na escolha das jogadas.
3. Brito - Varane
Força física e muita discrição. Brito era um zagueiro de muita presença no combate com os atacantes adversários, porém de bem menos reconhecimento que seus colegas de ataque. Mesmo que com poucos holofotes, o ídolo do Vasco foi fundamental para levantar a taça. Discrição e eficiência muito similares às que vemos hoje em dia no multicampeão Varane.
4. Piazza - Thiago Silva
Meio-campista de origem, Piazza encontrou na zaga uma chance de jogar no time que encantou o mundo em 70. Dono de uma técnica refinada com a bola nos pés e também na efetivação dos desarmes, era uma espécie de Thiago Silva daquela época. O atleta do PSG, aliás, também começou no meio-campo e chegou a atuar na posição em algumas oportunidades pelo Fluminense e pelo Milan. Adaptação difícil e para poucos.
5. Everaldo - Filipe Luís
Lateral-esquerdo de características muito mais defensivas, Everaldo é ídolo histórico do Grêmio. Primeiro jogador do clube a ser campeão mundial como titular do Brasil, tinha grande vocação na cobertura de espaços atrás, não deixando brecha para os rivais e abrindo a possibilidade de liberar Carlos Alberto Torres do outro lado. Qualidades muito parecidas com as de Filipe Luís, que conquistou recentemente com a Seleção a Copa América e hoje faz a alegria da torcida do Flamengo.
6. Clodoaldo - Casemiro
Camisa 5 mesclando técnica apurada e tempo de marcação perfeitos? Temos há muito tempo, e até hoje. Clodoaldo era um craque do meio-campo e abdicava de aparecer muito na frente para deixar as estrelas do Esquadrão brilharem. No entanto, de vez em quando (como aconteceu contra o Uruguai), uma oportunidade inesperada surgia, e aí era caixa. Casemiro e os torcedores do Real Madrid sabem muito bem como isso funciona...
7. Gerson - Kevin De Bruyne
O Canhota era o homem que tudo via dentro de campo. Vindo de trás, com classe e elegância, acionava seus companheiros de ataque com passes precisos e lançamentos primorosos. De vez em quando, surgia no ataque para concluir (muitas vezes com sucesso). Qualquer semelhança com De Bruyne e seu papel no Manchester City e na Bélgica não pode ser mera coincidência.
8. Tostão - Neymar
Craque com um entendimento de jogo diferenciado, Tostão podia fazer todas as posições do setor ofensivo sem deixar o nível de seu desempenho ruir. Adjetivos bem similares aos de Neymar, que na faixa de ataque pode ocupar todos os espaços de modo a deixar a zaga adversária confusa sobre como marcá-lo. Artilheiro ou garçom? Pra esses dois, tanto faz.
9. Jairzinho - Benzema
Atacantes de artilharia pesadíssima, mas que nem sempre tiveram o devido reconhecimento em prol do brilho coletivo (ou até mesmo individual) de seus colegas de equipe. Jairzinho - o Furacão da Copa - tem muito do que vemos hoje em Benzema. Quando necessário, podem atuar longe do gol. Mas, quando estão perto, qualquer vacilo do adversário pode ser fatal. É bola na rede e sair pro abraço.
10. Pelé - Messi
O craque, o camisa 10, a referência. O melhor do mundo. Não há comparação melhor que Pelé e Messi dentro do Esquadrão. Até mesmo no quesito reposicionamento, com um novo entendimento de jogo dentro do time, os dois craques se assemelham. Mais do que apenas goleadores, fazem os outros à sua volta terem seus brilhos.
11. Rivellino - Salah
Canhotos e donos de uma bomba com belíssimos gols de fora da área. Fora a ligeira semelhança física. Riva e Mo Salah fazem parte de um estilo único e arrojado de jogador de futebol. Qualquer espaço é uma oportunidade para balançar as redes, seja perto ou longe da meta.
Técnico: Zagallo - Deschamps
Campeões de Copas do Mundo como atletas e como treinadores, Zagallo e Didier Deschamps assumiram relativamente jovens o encargo de levar suas seleções ao posto mais alto do futebol. E, tal qual aconteceu quando jogadores, o fizeram com maestria. Escalações arrojadas para acoplar tantos craques, polêmicas fora de campo por conta de ausências e, no fim da história, o troféu no armário.