Como se reerguer? Demitido, Luxa mantém discurso baseado em "realidade paralela" e comprova não entender momento
Por Fabio Utz
A demissão de Vanderlei Luxembrugo do comando técnico do Palmeiras foi a chamada "crônica da morte anunciada". Ao apostar na história do profissional, o clube se rendeu aos seus caprichos e não viu, em nenhum momento da temporada, o time render aquilo que podia. Pois o treinador, pelo jeito, mais uma vez se coloca acima da realidade.
acordei com luxa fora do meu palmeiras, gosto e admiro mt mas tava na hora já, o esquema dele foi bom até o paulista, de lá pra cá já não tava dando mais certo
— gabii ☀️ (@souzagabiiiii) October 15, 2020
Ao utilizar suas redes sociais para se despedir, ele falou em "êxito alcançado" no processo de reconstrução do Verdão e citou os títulos do Campeonato Paulista e da Florida Cup como trunfos, isso sem contar a liderança em seu grupo na Libertadores e o fato de, até pouco tempo, estar brigando pelas primeiras posição no Campeonato Brasileiro. "Três derrotas e tomaram a decisão de me mandar embora", disse.
Eu não tinha visto uma atuação tão medonha do Palmeiras no Allianz desde aquele 2-0 mentiroso contra o Rosario Central.
— Rodrigo Generali (@miguelnemeu) October 15, 2020
Valeu, Luxa.
Tá na hora de dar uma mudada, @Palmeiras
Não, Luxa. Não foram as três derrotas que lhe custaram o cargo. A falta de padrão da equipe vem bem antes disso, isso sem contar as entrevistas em que jogou para cima da direção e do grupo de atletas a responsabilidade pelos maus resultados recentes. Ao longo de 2020, a qualidade do elenco se sobrepôs, em alguns momentos, à ausência de um esquema de jogo definido, de ações ensaiadas, de um esquema tático bem visto e bem treinado.
E o Palmeiras, que mandou o Luxa embora na véspera do dia do Pofexô?
— Diogo (@foca_diogo) October 15, 2020
Ao contrário do que o técnico costuma dizer, sua passagem pela Academia de Futebol comprovou que ele ficou para trás. Ser vanguarda no passado não é garantia de sucesso no presente. Pelo contrário. Conceitos mudam, novidades surgem e os treinadores precisam, sim, se adaptar, se modernizar, se reciclar. Luxemburgo não fez isso e, pelo jeito, nem quer fazer, afinal, sempre tem alguém que se apaixona por seu discurso. Não será surpresa alguma se, logo ali adiante, surgirem propostas de clubes de ponta para o profissional, muito embora não mais mereça isso. Mas o certo, mesmo, em um futebol pensado com profissionalismo e sem amarras políticas, seria, de uma vez por todas, deixá-lo de fora deste círculo vicioso. A menos que Luxa bote a mão na consciência, saiba onde errou e deixe de lado sua realidade paralela. Mas vamos combinar: isso é bem difícil de acontecer.
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