Como foi o desempenho dos reforços do Vasco na temporada 2023?
- Cruzmaltino passou por uma reformulação no elenco e na diretoria
- Jogadores contratados ao longo do ano fizeram a diferença na reta final
Por Bia Palumbo
Com mais derrotas do que vitórias (21 contra 20), o Vasco sofreu em 2023. A volta à elite nacional do Campeonato Brasileiro e o investimento da 777 Partners após o acordo pela SAF (Sociedade Anônima do Futebol) empolgou os torcedores, mas ao longo da temporada o time oscilou dentro e fora de campo.
Os bastidores seguem movimentados - houve troca de técnico, com Mauricio Barbieri demitido em junho e o substituto Ramón Díaz apresentado quase um mês depois. Antes do argentino chegar o auxiliar William Batista, que comandava o sub-20, é quem ficou como interino.
Na diretoria também houve mudanças - não à toa o executivo Paulo Bracks foi desligado ao final da temporada e Alexandre Mattos virou o "homem-forte" das contratações para 2024. E ainda teve eleição - o ex-jogador Pedrinho assume como presidente a partir de janeiro.
O ano terminou sem título, com eliminação precoce na Copa do Brasil e luta contra o rebaixamento no Brasileirão até a última rodada. O apoio maciço nas arquibancadas novamente contribuiu para que o Cruzmaltino seguisse na primeira divisão em 2024.
Ao todo foram 25 jogadores contratados e alguns até já deixaram o clube - confira os detalhes na análise a seguir.
1. Léo Jardim (goleiro)
Ele chegou ao clube em fevereiro após se destacar no futebol português e era pouco conhecido no país natal, mas tomou conta da posição, tanto que foi considerado por alguns torcedores o melhor do time em 2023.
2. Ivan (goleiro)
Ele disputou apenas três jogos pelo clube, todos pelo Campeonato Carioca, e depois amargou a reserva de Léo Jardim. Deve ser negociado para ter mais minutos.
3. Pumita Rodríguez (lateral-direito)
Uruguaio que tem presença frequente na seleção foi titular absoluto no primeiro semestre, quando marcou dois gols no Campeonato Carioca, mas perdeu espaço com a chegada de Ramón Díaz. Construtor, tem característica mais defensiva. Bem nos desarmes, foi o com melhor do time neste quesito durante a campanha do Brasileirão e toma poucos cartões amarelos - apenas dois em 32 partidas.
4. Paulo Henrique (lateral-direito)
Ele pode escalado também mais adiantado, explorando o corredor dirieto, gosta do drible e vai bem no desarme, porém tem que melhorar o passe. Ganhou a vaga de Pumita na reta final da temporada.
5. Maicon (zagueiro)
Tem bom aproveitamento nos lançamentos e terminou a temporada como titular, ganhando a posição de Léo, e foi titular nos últimos oito jogos.
6. Medel (zagueiro)
Com bom passe, facilita a saída de bola e também deu mais experiência para o time, com espírito de liderança que o tornou capitão.
7. Léo (zagueiro)
Era titular do São Paulo e manteve o posto, mas assim como os demais companheiros oscilou e terminou a temporada na reserva principalmente pela ascensão e conexão entre Maicon e Medel.
8. Robson Bambu (zagueiro)
Rebatidas, botes e recuperação de bolas são pontos fortes, mas precisa trabalhar melhor a saída de bola, o jogo aéreo e dar mais qualidade ao passe e cruzamentos. Disputou apenas 21 partidas e tomou oito cartões amarelos.
9. Manuel Capasso (zagueiro)
Após negociação arrastada, argentino de 27 anos assinou longo contrato (até 2025) em fevereiro e custou cerca de R$ 7,7 milhões, no entanto jamais se firmou. Foram apenas nove jogos, sendo dois como titular.
10. Lucas Piton (lateral-esquerdo)
Participativo servindo companheiros em condições de finalizar, precisa aprimorar nos cruzamentos. Ganhou a posição, sendo titular em todos os 49 jogos que disputou. Em maio entrou numa pré-lista da seleção italiana, entretanto a convocação não se concretizou.
11. Jefferson (lateral-esquerdo)
Aos 26 anos, foi contratado em julho por empréstimo até o fim do estadual de 2024, porém ainda não estreou - ficou cinco jogos no banco. Ele se descreve como um "lateral de boa qualidade de passe, de saída de jogo. Tenho um bom chute e uma boa bola aérea", como disse quando foi apresentado.
12. De Lucca (meio-campista)
Ele teve um 2023 para esquecer, pois sofreu se machucou duas vezes logo no início da temporada - sendo que numa delas operou o joelho esquerdo - e entrou em campo apenas quatro vezes, todas no Campeonato Carioca.
13. Andrey (meio-campista)
Vendido ao Chelsea, ficou mais um tempo no Gigante da Colina enquanto não conseguia visto de trabalho para atuar na Europa, mas neste ano não repetiu a sequência de boas atuações que teve em 2022.
14. Jair (meio-campista)
Desembarcou no Rio de Janeiro cercado de expectativa porque fez bom trabalho no Atlético-MG. É bom nos desarmes, mas virou reserva na Era Ramón Díaz, preterido principalmente quando aumentou a concorrência pelos reforços da janela de transferências do meio do ano.
15. Gabriel Carabajal (meio-campista)
O argentino de 32 anos teve passagem relâmpago pela Colina - ficou quatro meses, de abril a agosto, sendo que participou de apenas cinco jogos - todos pelo Brasileirão e nenhum como titular. Neste período deu uma assistência e foi negociado com Puebla (México).
16. Paulinho (meio-campista)
Oscilou - começou muito bem e depois caiu um poudo de rendimento, mas ainda tem pouco tempo de clube. Foi o que mais cometeu faltas no Brasileirão, com média de duas por jogo, e também um dos mais 'caçados', assim como Gabriel Pec.
17. Praxedes (meio-campista)
Pode executar diversas funções no meio de campo e apesar de ainda não conseguir repetir o mesmo nível que apresentou no Internacional, onde viveu a melhor fase da carreira, deve renovar.
18. Payet (meio-campista)
A cereja do bolo para dar o toque de qualidade técnica do meio para frente. Já veterano, com 36 anos, ele teve uma certa dificuldade na adaptação relacionada ao recondicionamento físico e adaptação à mudança de contintente, afinal é a primeira experiência dele na América do Sul. Deixou boa impressão - foram quatro gols e uma assistência em 29 jogos,
19. Rossi (atacante)
Após conquistar o carinho de vascaínos na primeira passagem, ele retornou quatro anos depois, conviveu com problemas físicos - principalmente lesões musculares - e portanto não conseguiu ter sequência. Mesmo assim conseguiu colaborar - um gol e quatro assistências em nove jogos.
20. Luca Orellano (atacante)
Considerado uma das promessas do Vélez Sarsfield (Argentina), o jovem de 23 anos chegou como o reforço mais caro para a temporada e não conseguiu corresponder dentro de campo às expectativas da torcida. Foi escalado em diversas posições, demonstrou qualidade técnica, mas produziu pouco em termos ofensivos (apenas um gol e uma assistência em 23 jogos) e não teve sequência (foi titular em apenas seis partidas).
21. Serginho (atacante)
Aos 28 anos, o mineiro de BH voltou ao Brasil após cerca de oito anos na Europa e teve poucas oportunidades, mas a postura nos treinos foi elogiada por Ramón Díaz e o gol salvador pode dar ainda mais confiança.
22. Rwan Seco / Rwan Cruz (atacante)
Atualmente no Ludogorets (Bulgária), o jovem de 22 anos disputou apenas dois jogos pelo Vasco - chegou em abril e em julho desembarcou na Europa. Mesmo assim declarou que "foi uma honra" vestir a camisa cruzmaltina.
23. Pedro Raul (atacante)
Contratado com status de estrela após ser artilheiro do Brasileirão em 2022, jamais caiu nas graças da torcida e deixou o clube em julho como artilheiro do time, com 9 gols e 3 assistências em 25 jogos, e assinou com o Toluca (México).
24. Sebástian Ferreira (atacante)
Contratado junto ao Houston Dynamo (Estados Unidos) em julho, ele jamais conseguiu se firmar e se despediu do clube após 13 jogos e nenhum gol.
25. Pablo Vegetti (atacante)
O faro artilheiro fez o argentino de 35 anos virar xodó da torcida rápido - foram seis gols nos primeiros sete jogos com a camisa cruzmaltina.