Colo-Colo: do status de referência ao período de entressafra no futebol feminino

Cote Urrutia e Javiera Grez: parceria no clube e na seleção chilena
Cote Urrutia e Javiera Grez: parceria no clube e na seleção chilena / Richard Heathcote/GettyImages
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Único chileno campeão da Libertadores Feminina, o Colo-Colo detém a maior quantidade de títulos no campeonato local (13). Porém, quem representa o país na atual edição do torneio mais importante do continente é a Universidad de Chile e o Santiago Morning, atual tricampeão chileno, que chegou a todas as finais nos últimos cinco anos e assumiu o posto de melhor time do país.

Campeão da Libertadores em 2012 no Brasil, o Colo-Colo chegou entre os finalistas em 2015, 2017 e 2018. O elenco vitorioso era comandado pelo ex-goleiro José Letelier, que deixou o clube em 2017 para assumir a seleção principal. O time feminino é conhecido como "Las Albas" e o atual treinador é o chileno Luis Mena, também conhecido como Lucho, de 42 anos.

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José Letelier tem 55 anos, foi revelado no Colo-Colo e também jogou no Alianza Lima (Peru) e no Morelia (México) / LIONEL BONAVENTURE/GettyImages

Nesta temporada, as colocolinas chegaram à semifinal do Campeonato Chileno, quando perderam para a Universidad de Chile por 2 a 0 na ida e 2 a 1 na volta. O gol solitário foi marcado por Javiera Grez, ponta-esquerda de 21 anos que puxa a fila da nova geração de "Las Albas" ou "Las caciques", em virtude do escudo que remete à origem indígena da agremiação.

Apesar das cores oficiais serem as da bandeira do país (azul, branco e vermelho), a tonalidade que inspirou a alcunha foi escolhida por simbolizar a pureza.

Quem acompanhou os Jogos Olímpicos de Tóquio vai lembrar de Grez, que inclusive é a atual vice-artilheira do Campeonato Chileno, com 22 gols, um a menos do que Karen Araya, do Santiago Morning.

Além de Grez, outras três jogadoras foram convocadas para os Jogos de Tóquio - a zagueira Valentina Díaz (20 anos), a meio-campista Yastin Jiménez (21) e a atacante Cote Urrutia (27). A campanha no Japão, porém, decepcionou: três derrotas e apenas um gol marcado, justamente por Araya, de pênalti, contra o Canadá.

Grez, Urrutia e Valentina também vestiram a camisa da seleção na Copa do Mundo de 2019, na França, mas o país caiu na primeira fase porque venceu apenas uma vez em três rodadas (2 a 0 sobre a Tailândia, com direito a gol de Urrutia) e ficou atrás de EUA e Suécia.

"Quero liderar um projeto a longo prazo que permita recolocar o Colo-Colo entre os melhores. Meu trabalho também envolve pensar na formação das jogadoras, fazer a integração com as categorias sub-15 e sub-17", afirmou Lucho Mena ao renovar contrato com o clube no início deste ano.

Colo-Colo v Santos - Santander Libertadores Cup 2011
Ex-zagueiro do Colo-Colo, Luis Mena enfrentou o Santos de PH Ganso na Libertadores de 2011 / Marcelo Hernandez/GettyImages

Apenas três clubes conseguiram levantar a taça da Libertadores Feminina e Masculina - Santos, Corinthians e Colo-Colo. O troféu de Los Albos aconteceu em 1991, sob comando do croata Mirko Jozić, ao bater o Olimpia. O ex-árbitro brasileiro José Roberto Wright apitou aquela final em Santiago.

Já o título das meninas em 2012 aconteceu após uma vitória nos pênaltis por 4 a 2 sobre o Foz Cataratas. O símbolo daquele time era Karen Araya, que inclusive teve rápida passagem pelo futebol brasileiro - jogou em 2018 no Osasco Audax.

Enquanto isso, a seleção feminina do Chile, aliás, já possui data para voltar aos gramados - disputa o torneio amistoso que acontece entre 25 de novembro e 1º de dezembro deste ano em Manaus. Além do Brasil, Venezuela e Índia também jogam o quadrangular que serve de preparação para a Copa América da Colômbia em 2022.

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