Clubes se reúnem para debater sobre fórmula e mais detalhes para criação de liga única

Mário Bittencourt, presidente do Fluminense e uma das lideranças da LFF, comentou sobre os assuntos debatidos em reunião em hotel em São Paulo.
Mário Bittencourt, presidente do Fluminense e uma das lideranças da LFF, comentou sobre os assuntos debatidos em reunião em hotel em São Paulo. / Thiago Ribeiro/Afp/Gazeta Press
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A Liga Forte Futebol do Brasil (LFF) promoveu um encontro nesta terça-feira (6) para tratar dos números e termos em questão para a criação de uma liga única. Conforme o “ge”, os cálculos relacionados ao modelo de receita da competição estão na pauta do evento realizado em São Paulo.

Os envolvidos trabalham para definir um modelo que não possibilite que o campeão receba mais de 3.5 vezes a mais que o último na tabela. “O número chave é a diferença do primeiro para o último. É o grande X da questão. Precisamos encontrar essa fórmula e defender essa fórmula... O que resolve é o que todas as grandes ligas utilizam, que o primeiro não ganhe um valor extremo sobre o último da competição”, disse Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, ao ge.

O presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, também conversou com o site e comentou sobre a importância de se ter ‘3.5 vezes de diferença máxima’, falando que esse número ajuda no equilíbrio da competição.

"Estamos buscando convergências para formar uma liga única com 40 clubes. Está pronta [a fórmula]. Evidente que estamos abertos a ajustes, mas considerando esse limite como um fato importante. Todas as ligas de sucesso no mundo olham para este número como um número importante, porque valoriza o produto e traz mais investimento."

Alessandro Barcellos, do Internacional

“Precisamos nos unir para fazer algo diferente, para não perpetuar essa distância. Tem que equiparar às principais ligas do mundo”, acrescentou Marcelo Paz, do Fortaleza.

Os clubes que fazem parte da LFF são:
América-MG, Atlético-MG. Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Brusque, Ceará, Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, CSA, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sampaio Côrrea, Sport, Tombense e Vila Nova. Todos marcaram presença.

A nota da LFF emitida nesta terça-feira:

"A Liga Forte Futebol (LFF) apresentou, nesta terça-feira, sua proposta para a construção de uma liga a partir de princípios que permitam que o produto “campeonato brasileiro” se torne um dos mais relevantes do mundo.

A ideia do grupo formado por 25 clubes das Séries A e B do futebol brasileiro, é que as propostas levem à criação de um campeonato mais competitivo, um produto mais atraente, que maximize receitas e permita que os grandes craques joguem no país, com uma gestão profissional alinhada com o que é praticado nas principais ligas do mundo.

O mercado brasileiro vive um momento único para a construção de uma liga forte. Com uma das maiores populações e uma economia entre as dez maiores do mundo, o país é o único na América do Sul com estádios padrão-Fifa e entre os cinco com mais usuários de internet. Adicionado a disso, além dos tradicionais compradores de direitos, o Brasil ganhou novas empresas de mídias interessadas em investir no futebol brasileiro. Isso cria o cenário propício para ampliar as receitas de todos os clubes.

Na apresentação da LFF, foi possível observar como funcionam as principais ligas do mundo, como é a organização e distribuição de receita das que mais faturam. Existe uma relação direta entre tamanho das receitas e equilíbrio de distribuição entre os clubes. As três maiores ligas esportivas do mundo, NFL, NBA e Premier League são as que têm a distribuição mais equilibrada entre os times.

O objetivo da criação de uma liga é fortalecer o futebol brasileiro, através da maximização das receitas. Os pilares propostos pela Liga Forte Futebol seguem esse objetivo. Os princípios de Equilíbrio, Performance, Mobilidade e Incentivo às boas práticas do futebol se juntam aos pilares de Controle Financeiro, Distribuição equilibrada das receitas, Compliance e Governança.

A divisão de receita proposta pela Liga Forte tem 45% divididos de forma igualitária, 30% sobre performance e 25% por apelo comercial. E com regra de ouro a Liga Forte entende que a diferença máxima de receita entre os clubes não ultrapasse 3,5x.

- Nosso objetivo é ter um modelo que potencialize as receitas do futebol brasileiro, a partir de um produto mais competitivo, fruto de uma divisão de receitas mais equilibrada. Precisamos olhar para frente e decidir se vamos ser uma das 3 maiores ligas do mundo, seguindo os modelos que geraram sucesso no mundo todo, ou se vamos ficar discutindo como manter o futebol brasileiro como mero exportador de talentos, tentando manter os privilégios gerados pelo modelo atual - conclui Mario Bittencourt, presidente do Fluminense".