Botafogo decide romper com a Libra e cria novo impasse na criação de uma liga
Por Raisa Lima
A criação da liga nacional ganhou mais um entrave. O empresário John Textor, sócio majoritário da SAF do Botafogo, está insatisfeito com a Libra, um dos grupos que estuda este novo modelo do futebol brasileiro, como informou em entrevista ao site ge. Juntamente com Vasco e Cruzeiro, o Alvinegro de General Severiano não assinou com o Mubadala, fundo árabe que quer investir na liga de clubes.
"Prometi à organização social (do Botafogo) que investiríamos 450 milhões de reais em um período de três anos. Perdemos dinheiro todos os anos. Nossas despesas estão em cima e nossas receitas estão aqui embaixo. Perco quase 50 milhões de dólares por ano construindo não apenas a equipe, mas a organização."
- John Textor, dono da SAF do Botafogo
A falta de entendimento entre os times que compõem a Libra foi um dos fatores que fez Textor sair da organização. Ele critica as longas discussões internas do grupo de clubes que compõem a Libra. Ele afirma que não chegam a uma conclusão porque alguma nova discussão vira pauta, dificultando o diálogo e a resolução das tratativas, e ressaltou que não pretende entrar na Liga Forte Futebol, outro grupo que reúne clubes da Série A.
"Estou pronto para fazer negócio, mas uma liga unificada não pode ter os desentendimentos que estão acontecendo entre os clubes. E a maioria deles se relaciona com uma história de que eu não fazia parte. Velhas discussões com as quais eu não tinha nada a ver, eu nem estava no Brasil."
- John Textor, dono da SAF do Botafogo
O Botafogo entrou para a Libra em maio de 2022 e até agora não houve avanços que contribuíssem financeiramente. Textor ainda pretende oficializar o comunicado de que está fora da Libra até a próxima semana, ressaltando que não vai se juntar ao Forte Futebol.
"Há uma coisa que estou esperando e que não devo esperar, que são minhas receitas de mídia. Não vou perder dinheiro para sempre esperando. Então eu vou para o meio. Posso dizer que a Libra não tem uma governança adequada para a liga. Acredito no modelo da Premier League, no qual todos os clubes estão representados no Conselho de Administração. Eu não estou apenas me movendo para o meio. Vou fazer acordos comerciais com os direitos de transmissão do Botafogo que são benéficos para o clube. Esse é um bom exemplo do que acredito que todos deveriam fazer o mesmo, negociar individualmente."
- John Textor, dono da SAF do Botafogo
A decisão do proprietário também tem a ver com a dificuldade do Botafogo em criar novas receitas. Uma das prioridades de Textor é buscar maneiras de fazer dinheiro para o clube não depender apenas do aporte colocado por ele.
"Hoje nossas melhores fontes de receitas são os shows de Coldplay e Taylor Swift. Em qualquer clube do mundo, o negócio é a televisão. Estou sentado aqui um ano e meio depois, fui jogado direto na Libra e nada aconteceu."
- John Textor, dono da SAF do Botafogo
Com a saída do Botafogo na Libra ficam agora 17 clubes. Bahia, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória tentam acerto nas decisões do grupo.
Já no Forte Futebol, são 26 times. ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova seguem tentando reforçar o grupo.