Ballon d'Or Dream Team: ausência de Zidane gera debate, mas sua concorrência foi a mais 'ingrata'
Por Nathália Almeida
Na tarde da última segunda-feira (14), o mundo do futebol conheceu o 'Ballon d'Or Dream Team', a melhor seleção de todos os tempos. Promovida pela tradicional revista 'France Football', a eleição dos melhores de cada posição ocorreu a partir do voto de 140 jornalistas esportivos dos mais variados cantos do planeta, que escolheram o seguinte XI final como maior escalação de todos os tempos: Lev Yashin; Cafu, Beckenbauer, Maldini; Xavi, Matthäus, Maradona, Pelé; Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Ronaldo Fenômeno.
Escolher os melhores de todos os tempos de cada posição não é tarefa fácil e, como o futebol é um campo onde não há verdades absolutas e regido pela subjetividade, as reclamações nas redes sociais foram inúmeras. Nomes históricos como Franco Baresi, Alfredo Di Stéfano, Ferenc Puskás, Gerd Müller, Garrincha, Zidane e Johan Cruyff ficaram de fora deste XI histórico, e todos eles, sem exceção, contam com defensores 'ferrenhos' de que mereciam vaga na seleção histórica.
A ausência de Zinédine Zidane talvez tenha sido uma das mais debatidas, afinal, o Maestro francês decidiu Champions League, decidiu Copa do Mundo, conquistou Bola de Ouro e performou em alto nível por grandes clubes europeus durante muitos anos. Mas o fato é que Zidane concorreu na categoria de 'meio-campistas ofensivos', onde Pelé e Maradona, considerados de forma unânime como os maiores de todos os tempos, acabaram eleitos. A concorrência para o francês foi ingrata, e não há outro jeito de encarar essa situação. Parece não haver discussão, no entanto, que Zidane jogou mais que Lothar Matthäus, e essa poderia ser uma alteração válida no XI final se ambos tivessem competido na mesma categoria.
Johan Cruyff revolucionou o jogo com suas ideias táticas e coletivas. Seu legado para a construção do futebol como conhecemos hoje é imensurável e, para muitos, isso deveria ser suficiente para lhe render uma posição no trio de ataque. Mas, mais uma vez, a questão da subjetividade volta à tona: Cristiano Ronaldo e Lionel Messi também mudaram o jogo e construíram uma 'soberania de dois' nunca vista na história desse esporte. Os dois craques contemporâneos reúnem a habilidade, os recordes e as conquistas individuais e coletivas, não dando margem para questionamentos às suas respectivas escolhas.
No fim das contas, comparar craques de diferentes períodos históricos culminou em um universo grande de análises/argumentos anacrônicos. O futebol mudou muito ao longo das décadas, e todas elas tiveram suas especificidades e relevância para que esse esporte se tornasse o que é hoje.