Bahia apresenta laudo de especialista que descarta ofensa racial de Ramírez à Bruno Henrique

Nesta quarta-feira (23), as investigações envolvendo Bahia, Flamengo, Gerson, Bruno Henrique e Juan Ramírez ganharam mais um capítulo. 24 horas depois do Rubro-Negro divulgar o resultado de uma perícia com especialistas do Instituto de Educação de Surdos (INES), que confirmou o uso de uma expressão de cunho racista por parte de Juan Ramírez em direção à Bruno Henrique, o Tricolor de Aço tornou público o resultado de sua própria investigação.

Como destaca o Globoesporte.com, o Bahia buscou os serviços de cinco especialistas em leitura labial - incluindo Eduardo Llanos, chileno e que tem o espanhol como língua materna -, e estes foram unânimes no laudo final: não houve ofensa de cunho racial em direção ao camisa 27, contrariando o resultado da perícia realizada pelo Flamengo. Eduardo Llanos explica o que ocorreu na discussão entre Ramírez e Bruno Henrique, de acordo com sua avaliação.

"Inicialmente nós conseguimos ver que ele [Bruno Henrique] fala para Ramírez: "arrombad*" e depois "gringo de m...". A palavra "arrombad*" também é utilizada em cima do outro jogador [Danielzinho] do mesmo time do Ramírez. Posteriormente, na sequência, quando vem aquela conduta de ambos os jogadores, Ramírez pergunta: "qué pasó?". Que é o mesmo que perguntar qual é o problema, o que você está querendo. "Qué pasó" é chamar para a briga. Com a mão, ele faz o gesto, que significa que você é um fanfarrão, um falador, você fala o que não sabe, o que não conhece. Para irritar o jogador. E posteriormente, ele fala "tá quanto?", "tá quanto?", separado", afirmou.

O presidente do Bahia ainda destacou ser improvável que, minutos depois de ter sido acusado de racismo por Gerson, Ramírez teria o mesmo comportamento com outro jogador rubro-negro: "É importante lembrar que esse suposto fato de injúria racial de Ramírez em Bruno Henrique seria após toda a confusão e toda a acusação que ele já sofreu do primeiro caso com Gerson. Imaginemos aqui que depois de toda aquela confusão, de ele ter sido acusado de injúria racial, o jogo retoma e ele faz novamente. Se a gente confirmasse isso, naturalmente, seria algo muito assustador. Entendo como improvável que tenha acontecido não só pelos laudos, mas pela circunstância do jogo e do ser humano em uma situação de pressão como aquela", afirmou.