Alex Teixeira não vale malabarismos econômicos do Vasco
Por Lucas Humberto
Embalados pela vitória maiúscula sobre o Flamengo no Clássico dos Milhões, por 3 a 1, o Vasco da Gama revelou um novo alvo para temporada em curso: Alex Teixeira. Prata da casa, o meia-atacante deixou o Cruzmaltino em 2010 e nunca mais retornou ao Brasil - ficou seis anos no Shakhtar Donetsk e estava no Jiangsu, da China, até ano passado.
A estratégia do Gigante da Colina é muito interessante: um atleta como Alex Teixeira mudaria o status do clube carioca. Da água ao vinho com apenas um nome e sobrenome. Os deuses do marketing esportivo ficarão orgulhosos caso as tratativas avancem, mas os percalços ainda são muitos. Porém, vamos deixá-los para depois.
Imagine o cenário: um jogador de renome retornando ao clube de criação, participando de todas as campanhas publicitárias, aumentando número de sócios-torcedores e ajudando no retorno à Série A. Quase uma versão moderna do Retorno do Filho Pródigo.
Acontece, no entanto, que os percalços são tão significativos que merecem uma parábola só sua. Alex Teixeira, aos 31 anos, ainda está em plenas condições de encontrar mercado na Europa, ou mesmo na Ásia, se desejar seguir no continente. Não é segredo para ninguém que o exterior oferece salários melhores. Assim, o destino do jogador será delimitado pelas suas próprias pretensões na carreira: retornar ao Brasil, integrar o projeto do Vasco e ganhar menos ou buscar outras propostas? A avaliação, nesse caso, passa exclusivamente por ele.
Diante das atuais circunstâncias financeiras que cercam grande parte dos times do Brasil, o Vasco não deve fazer malabarismos financeiros para ter Alex Teixeira novamente. O retorno, sim, seria belíssimo e resultaria em ações publicitárias que arrancariam lágrimas até dos torcedores menos emotivos, mas se uma lição foi aprendida nesta crise é justamente a importância de manter as finanças em dia. Clubes são capazes de ascender ou cair seguindo seu planejamento econômico.
Se Alex Teixeira não quiser abaixar sua quantia com foco no retorno ao Brasil, o filho pródigo ainda poderá voltar outra hora. Mas uma vez que as finanças estão danificadas, uma provável recuperação leva anos que não são facilmente recuperados. O Cruzeiro é prova viva dessa lição e o Corinthians vai pelo mesmo caminho.