Agentes da Anvisa entram em campo e interrompem jogo entre Brasil e Argentina - entenda o caso

Brasil e Argentina não puderam jogar na Neo Química Arena
Brasil e Argentina não puderam jogar na Neo Química Arena / NELSON ALMEIDA/Getty Images
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Uma partida polêmica e controversa antes mesmo de seu início acabou tendo o desenrolar que já era imaginado por muitos: apesar dos esforços da Conmebol e da CBF em driblar a determinação da Anvisa - que, horas antes da partida, obrigou a deportação dos quatro jogadores argentinos que atuam no futebol inglês - , membros da autoridade máxima de Vigilância Sanitária do país foram à Neo Química Arena e interromperam a realização da partida entre Brasil e Argentina, quando o cronômetro ainda apontava 5 minutos do primeiro tempo.

A Anvisa considerou que a entrada dos atletas Emiliano Martínez e Emiliano Buendía, do Aston Villa, e de Cristian Romero e Giovanni Lo Celso, do Tottenham, ocorreram de forma irregular, após os quatro terem mentido em formulário de preenchimento obrigatório para entrada no Brasil. Cabe notar que, conforme a Anvisa, os argentinos infringiram a Lei 6437, Art. 11 – isto é, cometeram crime imigratório.

Apesar da determinação da entidade, CBF e Conmebol negociaram com o Governo Federal e obtiveram a liberação para realização do jogo, mas sem consentimento da Anvisa e sem nenhuma notificação direcionada ao órgão. Desta forma, Vigilância Sanitária e Polícia Federal se dirigiram ao Hotel em que a delegação argentina estava hospedada na tentativa de barrar os jogadores, mas sem sucesso. Antes da bola rolar, profissionais da Anvisa e da PF tentaram segurar os quatro jogadores nos vestiários, mas foram impedidos pelo elenco argentino.

Posição da Anvisa sobre o caso

"São quatro jogadores. Eles, ao chegarem em território nacional, apresentam a declaração de saúde do viajante. Neste documento não falava que eles passaram por um dos três países que estão restritos, justamente para a contenção da pandemia. Mas depois foi constatado que eles passaram pelo Reino Unido. Chegamos nesse ponto porque tudo aquilo que a Anvisa orientou, desde o primeiro momento, não foi cumprido. Eles tiveram orientação para permanecer isolados para aguardar a deportação. Mas não foi cumprido. Eles se deslocam até o estádio, entram em campo, há uma sequência de descumprimentos", afirmou Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa.

*Mais informações em instantes