Ademir da Guia: 79 anos do 'Divino' que comandou uma dinastia no Palmeiras
Por Lucas Humberto
Títulos? Números? Importantes, sim. Mas reconhecemos a grandiosidade de um clube pelos seus ídolos. E hoje, dia 03 de abril, o maior nome do Palmeiras na história completa 79 anos: Ademir da Guia, também conhecido como 'Divino'.
Ademir iniciou sua carreira pelo Bangu, ainda em 1959, e teve seu primeiro encontro com o Alviverde aos 18 anos, embora estivessem em lados opostos. O 'casamento' oficial aconteceu em 1960 e segue até hoje, afinal, grandes ídolos sempre estarão no coração da torcida.
Pelo Verdão, ele estrou em 1962, mas só ganhou sua titularidade no ano seguinte, quando passou a dividir os gramados com outros grandes nomes do Palestra, incluindo Djalma Santos, Djalma Dias, Servílio, Valdir de Moraes e Vavá.
Troféus dignos da 'Academia de Futebol'
Após conquistar seu status de titular, Ademir só deixou os gramados do Palmeiras quando se aposentou. Ainda em 1963, a conquista do Campeonato Paulista marcava o início de uma vitoriosa dinastia no Palmeiras.
Entre 1961 e 1970, Ademir da Guia comandou o Alviverde na chamada 'Primeira Academia' do clube paulista. Com a companhia de Dudu na faixa central do campo, o Divino levantou as taças do Torneio Rio-São Paulo de 1965 - já sob comando do treinador Filpo Núñez -, Paulista de 1966 e dos Brasileiros de 1967 (Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa).
Em 1969, o clube tornou-se tetracampeão brasileiro após conquistar seu segundo título do 'Robertão' e faturou o Torneio Ramón de Carranza, na Espanha, depois de triunfar sobre o Real Madrid na decisão.
O elenco mudou, mas Ademir da Guia e Dudu seguiram no comando da 'Segunda Academia', que agora contava com outros grandes nomes como Leão, Luís Pereira Alfredo, Leivinha, Edu Bala, César Maluco, Nei, entre outros. A poderosa nova formação não parou de ganhar títulos. Pelo contrário, encheram a galeria com ainda mais troféus, incluindo Brasileiros de 1972 e 1973, Torneios Ramón de Carranza de 1974 e 1975, além dos Paulistas de 1972, 1974 e 1976.
Deuses do futebol
Voltando alguns anos, em 1965, a CBF, que à época era chamada de Confederação Brasileira de Desportos, organizou um duelo entre Brasil e Uruguai para inaugurar o Mineirão, em Belo Horizonte. Na ocasião, a seleção nacional foi inteiramente representada pelo elenco alviverde, que acabou vencendo por 3 a 0.
Em 1977, Ademir da Guia passou a apresentar dificuldades respiratórias e se aposentou aos 35 anos. Foram 16 temporadas no campo do Palestra, somando 902 partidas, 155 gols e 14 títulos. O meia ficou atrás apenas de Heitor (317 gols) e César Maluco (182 tentos), na artilharia do clube, sendo que os outros dois maiores goleadores eram centroavantes.
Mesmo aposentado, ele ainda arrisca alguns chutes:
'Avanti, Palestra'
Ademir da Guia completa 79 anos de muita glória e devoção ao futebol brasileiro. Milton Neves conta que o jeito 'calado' do Divino dificultou voos mais altos no esporte. Entretanto, ele talvez soubesse que não há glória maior do que fazer história para milhões de torcedores.
Neves também faz questão de afirmar: 'Ele foi melhor que Cruyff, mas esqueceu de avisar'. Deixando os comparativos de lado e celebrando o brilhantismo de Ademir da Guia, o 90min deseja um feliz aniversário deste legado que sempre seguirá marcado no futebol. Avante, Palestra!