Ação sobre injúria racial de torcedores do Galo pouco avança após um ano; irmãos ainda pedem indenização ao clube

Pedro Vilela/Getty Images
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Há exatamente um ano, uma cena repugnante foi registrada durante o clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, no Mineirão. Os irmãos Adrierre e Natan Siqueira da Silva, torcedores do Galo, acabaram flagrados cometendo um ato de injúria racial. No entanto, até hoje, o processo pouco avançou.

Adrierre cuspiu no rosto de Fábio Coutinho, segurança do estádio e depois se dirigiu ao trabalhador, que é negro, com o intuito de desprezá-lo. "Olha a sua cor", disse. Já Natan é acusado de proferir a palavra "macaco", embora ele insista que falou "palhaço". Segundo a 6ª Vara Criminal de Belo Horizonte, a pandemia de Covid-19 atrasou a tramitação da ação. No entanto, conforme apuração do Superesportes, outros pontos também contribuem para esta demora: duas redistribuições do caso e, também, a dificuldade para se encontrar os irmãos no intuito de encaminhar a citação inicial.

"A citação de Adrierre foi cumprida em 4 de junho. Entretanto, seu irmão Natan não manteve seu endereço atualizado no processo, o que dificultou sua citação. O ato só ocorreu oficialmente em 21 de setembro. Adrierre apresentou sua defesa em 22 de setembro, e Natan em 6 de outubro. Na última terça-feira, 3 de novembro, o processo foi enviado ao Ministério Público, mais especificamente à Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos. O MP devolveu os autos à 6ª Vara Criminal nessa segunda-feira. O próximo ato processual a ser realizado no processo será a audiência de instrução e julgamento, que ainda não tem data marcada."

Parte da reportagem do Superesportes

No duelo, válido pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, além da injúria racial, houve também briga dentro e fora das arquibancadas. Como o Atlético-MG era mandante da partida, foi condenado a pagar R$50 mil pela desordem das torcidas, mais R$15 mil pela conduta dos irmãos Adrierre e Natan. Com isso, o Galo também processou os dois envolvidos, cobrando o valor do pagamento da multa, e ainda os excluiu do quadro de associados. Nesta ação, Adrierre e Natan alegam inocência e apresentaram uma reconvenção (espécie de contra-ataque jurídico). Segundo a dupla, o clube “foi o único responsável pelo resultado da confusão no estádio”. Sendo assim, o acusa de imputar “fato criminoso antes mesmo de sentença condenatória transitada em julgado” e pede 10 salários mínimos a título de indenização por dano moral. O Galo ainda não foi intimado a se manifestar sobre esta questão.

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