Ação sobre injúria racial de torcedores do Galo pouco avança após um ano; irmãos ainda pedem indenização ao clube
Por Fabio Utz
Há exatamente um ano, uma cena repugnante foi registrada durante o clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, no Mineirão. Os irmãos Adrierre e Natan Siqueira da Silva, torcedores do Galo, acabaram flagrados cometendo um ato de injúria racial. No entanto, até hoje, o processo pouco avançou.
Adrierre cuspiu no rosto de Fábio Coutinho, segurança do estádio e depois se dirigiu ao trabalhador, que é negro, com o intuito de desprezá-lo. "Olha a sua cor", disse. Já Natan é acusado de proferir a palavra "macaco", embora ele insista que falou "palhaço". Segundo a 6ª Vara Criminal de Belo Horizonte, a pandemia de Covid-19 atrasou a tramitação da ação. No entanto, conforme apuração do Superesportes, outros pontos também contribuem para esta demora: duas redistribuições do caso e, também, a dificuldade para se encontrar os irmãos no intuito de encaminhar a citação inicial.
"A citação de Adrierre foi cumprida em 4 de junho. Entretanto, seu irmão Natan não manteve seu endereço atualizado no processo, o que dificultou sua citação. O ato só ocorreu oficialmente em 21 de setembro. Adrierre apresentou sua defesa em 22 de setembro, e Natan em 6 de outubro. Na última terça-feira, 3 de novembro, o processo foi enviado ao Ministério Público, mais especificamente à Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos. O MP devolveu os autos à 6ª Vara Criminal nessa segunda-feira. O próximo ato processual a ser realizado no processo será a audiência de instrução e julgamento, que ainda não tem data marcada."
- Parte da reportagem do Superesportes
No duelo, válido pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, além da injúria racial, houve também briga dentro e fora das arquibancadas. Como o Atlético-MG era mandante da partida, foi condenado a pagar R$50 mil pela desordem das torcidas, mais R$15 mil pela conduta dos irmãos Adrierre e Natan. Com isso, o Galo também processou os dois envolvidos, cobrando o valor do pagamento da multa, e ainda os excluiu do quadro de associados. Nesta ação, Adrierre e Natan alegam inocência e apresentaram uma reconvenção (espécie de contra-ataque jurídico). Segundo a dupla, o clube “foi o único responsável pelo resultado da confusão no estádio”. Sendo assim, o acusa de imputar “fato criminoso antes mesmo de sentença condenatória transitada em julgado” e pede 10 salários mínimos a título de indenização por dano moral. O Galo ainda não foi intimado a se manifestar sobre esta questão.
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