Abel Ferreira: o que esperar do novo técnico do Palmeiras
Por Nathália Almeida
A espera acabou! Pouco mais de 15 dias após o anúncio da demissão de Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras, enfim, oficializou a chegada de um novo comandante à Academia de Futebol: Abel Ferreira, técnico luso de 41 anos que viverá sua primeira experiência de carreira fora da Europa. A escolha pelo jovem português veio após algumas negativas de nomes relevantes em atividade na América do Sul, como Miguel Ángel Ramírez e Ariel Holan, mas ainda que Abel não tenha sido o 'plano A' do Verdão, a torcida alviverde tem muitos motivos para estar com as expectativas altas.
Duas características específicas do trabalho/filosofia de Abel Ferreira casam perfeitamente com o que o Palmeiras procura e precisa: tem ideias modernas e é adepto de um jogo ofensivo, propositivo, de posse e construção; e é um entusiasta no desenvolvimento dos jovens talentos, trabalhando muito bem a maturação de joias oriundas das categorias de base.
O início de sua carreira como treinador foi na base do Sporting, um clube 'especialista' em captação e formação de jovens jogadores. Sob sua batuta, nomes hoje importantes como Eric Dier e João Mário se desenvolveram e rapidamente foram assimilados pelo elenco profissional. Essa mesma 'sensibilidade'/olho clínico para talentos ainda em ascensão se repetiu em sua passagem pelo Braga, sua primeira experiência em uma equipe principal: além dos resultados esportivos impactantes logo em sua temporada de estreia - com direito à melhor campanha da história do clube bracarense (75 pontos) na história moderna do Campeonato Português -, deixou um legado em identidade, estilo de jogo e material humano. Francisco Trincão, jovem atacante contratado pelo Barcelona no último verão, deu os primeiros passos como profissional do Braga sob comando de Abel Ferreira.
Ideias renovadas de futebol, olhar cirúrgico para a base, alta capacidade de comunicação e gestão de grupo: o Palmeiras terá, em sua área técnica, um treinador de enorme potencial e muito capaz de promover a 'revolução esportiva' tão desejada pelo clube. Cabe ao Verdão, agora, ter paciência e dar tempo/respaldo para o jovem técnico fazer o seu trabalho acontecer na Academia de Futebol.