Abel Braga confirma aposentadoria como treinador, mas quer continuar no futebol: "A vida vai seguir"

Dois meses após deixar o Fluminense, Abel Braga declara que pretende continuar trabalhando com futebol
Dois meses após deixar o Fluminense, Abel Braga declara que pretende continuar trabalhando com futebol / MAURO PIMENTEL/GettyImages
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O agora ex-técnico Abel Braga confirmou que não trabalha mais à beira do campo. Em bate-papo em sua casa no Rio de Janeiro, o veterano mostrou estar mais aliviado sem o estresse diário da rotina no futebol e disse que não pensa em trabalhar como executivo, mas reafirmou que está disposto a iniciar outra carreira dentro do esporte: a de coordenador técnico.

“Estou com outra cara, não estou?”, brincou Abelão, que vai completar 70 anos de idade neste segundo semestre de 2022. “Todo mundo reclama do número de jogos, que é muito grande. Não só o corpo, o mental também, mas eu não estava aguentando mais esse número de viagens”, acrescentou.

Campeonato Carioca deste ano foi o último título da carreira do técnico Abel Braga
Campeonato Carioca deste ano foi o último título da carreira do técnico Abel Braga / Buda Mendes/GettyImages

Abel revelou ainda que pensou em se aposentar ao lado de Fred, atacante do Fluminense, no dia 21 do mês que vem, quando o clube comemora 120 anos, mas que não conseguiu. Não deu. Não aguentei, estava muito pesado, frisou. Assim, o treinador se despediu do Tricolor e da vida de treinador no último mês de abril, tempos após conquistar o Campeonato Carioca. Ele também foi campeão brasileiro pelo Flu em 2012.

Abelão disse também que pretende iniciar outra carreira dentro do futebol. Não quero ser executivo nem diretor, quero ser coordenador técnico. Não quero fazer negociações, por exemplo. Há uma diferença muito grande entre as funções. Eu posso colocar em prática tudo que aprendi. Quero dar respaldo para o técnico, para a comissão técnica e para os jogadores”, declarou ele, que foi campeão estadual por seis equipes diferentes (Athletico-PR, Coritiba, Flamengo, Fluminense, Internacional e Santa Cruz), embora a conquista mais marcante seja o Mundial de Clubes pelo Colorado em 2006.

“Se o comportamento de um jogador não está condizente com aquilo que se espera dele, para quê o treinador vai lá se desgastar? Sou eu. Eu vivenciei isso um pouco com o Paulo Autuori no próprio Fluminense... Fiquei leve. É exatamente aquilo. Eu sei o peso que tiraram de mim. Também sei o peso que posso tirar dos ombros de muitos treinadores. Vamos ver, a vida vai seguir”, finalizou.