A volta do futebol sem torcida: certo ou errado?
Para quem estava com saudades, ele voltou. Não 100%, mas voltou. De portões fechados, sem torcida e aglomeração. É dele mesmo que estou falando: o futebol. Neste fim de semana, houve o retorno da Bundesliga. Oito partidas foram realizadas, que renderam vitória para alguns e derrotas para outros.
A principal dúvida de muitos é se o ‘novo futebol’ está aprovado. Para ser sincera, não existe certo ou errado quando se trata de uma partida de futebol sem torcida. Afinal, esse é o único jeito de ter o esporte no momento. É claro que cada país é diferente. Por exemplo, as autoridades alemãs decidiram pelo retorno, pois o número de pessoas curadas de covid-19 aumentou (de 176.638 casos confirmados, 153.400 indivíduos estão curados).
No caso do Brasil, a luta continua persistentemente. Ao total são 241.080 casos, 94.122 curados e 16.118 mortes. O número de mortos no Brasil é quase o dobro da Alemanha, ou seja, ainda não é possível olhar para os brasileiros do mesmo modo em que se olham os alemães, no aspecto futebolístico.
Apesar do presidente Jair Bolsonaro defender à volta da modalidade esportiva mesmo sem um embasamento médico oficial, o cenário atual não contribui para esse retorno. “E jogador de futebol não ganha a vida com esporte?” Sim, ganha. Mas nesse momento crítico, não se deve arriscar colocar a saúde de atletas, comissão técnica e funcionários em risco.
Deixo claro que essa é a minha opinião. Sendo assim, faço firmeza em minhas palavras ao dizer que o futebol brasileiro não está preparado e não possui condições de voltar. O país vive um caos, assim como o resto do mundo.
O presidente do Internacional, Marcelo Medeiros, que contraiu coronavírus e felizmente já está curado, deu a seguinte declaração: “Jogador que não quiser jogar, pede demissão”. Será mesmo que essa é a melhor alternativa para a situação atual? É necessário “colocar”, nesse caso, o coletivo de lado.
O nosso futebol, símbolo de nacionalismo, amado e idolatrado por muitos ainda não está pronto para a ativa. Sei que alguns leitores concordarão comigo, enquanto outra parcela irá de chamar de louca. Essa é a realidade e apenas torcemos para ela mudar o mais rápido possível.
Enquanto isso, deixamos a 'responsabilidade' para os alemães. Até porque Haaland e Lewandowski deram muito bem conta do recado.