A grande aposta: por que o endividado Corinthians sonha com jogadores renomados?
Por Lucas Humberto
Com as finanças combalidas, as dívidas do Corinthians chegaram próximas de R$ 1 bilhão. O reflexo disso não demorou a ser sentido dentro das quatro linhas, e a Fiel viu seu time do coração perder potência, sofrer eliminações consecutivas e brigar para ficar longe do Z-4. A gestão de Duilio Monteiro Alves, apesar de ainda estar longe da ideal, caminha mais próximo da lógica que seus antecessores.
Quando falamos de contratações e rumores recentes, precisamos retomar aos meses iniciais deste ano, quando 17 jogadores saíram do Alvinegro do Parque São Jorge. A "barca" de dispensas permitiu um alívio de R$ 4,5 milhões por mês só na folha salarial. Mas, afinal de contas, o interesse por Renato Augusto, Paulinho, Róger Guedes, Jonathan Calleri, além da contratação de Giuliano, se justifica?
Depende. Pensando logicamente, o melhor seria cortar ainda mais gastos até estar oficialmente fora da zona da degola financeira. Por outro lado, o Timão não quer se dar ao luxo de perder mais. As eliminações consecutivas afetam as receitas, assim como as baixas colocações na tabela e falta de protagonismo no cenário nacional. Em 2019, por exemplo, o Alvinegro faturou R$ 189 milhões em receitas de TV. As cifras caíram para R$ 160 milhões no ano passado. Um possível rebaixamento traria uma perda gigantesca e dificilmente recuperável.
Diante do cenário, Duilio precisou apostar no meio-termo. Ao analisarmos todos os jogadores que apareceram na mira do Corinthians encontraremos o mesmo perfil: atletas experientes, livres no mercado e que chegam para ser titulares. A junção dos fatores visa mudar o patamar da equipe de Sylvinho, sem causar tanto comprometimento às finanças. No fim das contas, a equação não é tão complicada assim: um time mais competitivo atrai mais torcedores, garante segurança no Brasileirão e permite sonhar mais alto. Dinheiro atrai dinheiro. Simples assim.
Apesar da lógica, as atitudes de Duilio são grandes apostas. Tudo só irá funcionar se os possíveis futuros comandados de Sylvinho conseguirem transferir tamanha qualidade do papel aos gramados do Brasileirão. No grande vai-e-vem do mercado financeiro, nem o melhor time do marketing é capaz de evitar dívidas crescentes.
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