A carreira de Ronald Koeman e o novo Barcelona

O sucesso como jogador vai se repetir na nova função?
O sucesso como jogador vai se repetir na nova função? / JOSEP LAGO/Getty Images
facebooktwitterreddit

Trazer figuras lendárias para o comando dos clubes não é algo recente no futebol. Zidane, Andrea Pirlo, Pep Guardiola e agora, Ronald Koeman provam isso. O escolhido do Barcelona recebeu uma tarefa nada fácil: recompor um dos maiores times da história. Para tal, nada melhor que o símbolo de um grande herói que conhece bem o Camp Nou.

Enquanto zagueiro, Koeman está merecidamente no livro de recordes do Barça. Foram 88 gols pelo clube entre 1989 e 1995, sendo que uma dessas marcações sagrou o time como campeão da Champions League pela primeira vez, no ano de 1992.

Como treinador, Koeman teve passagens significativas em grandes clubes da Holanda, mais precisamente nos três maiores do país, sendo: Ajax, PSV Eindhoven e Feyenoord. Na Premier League, comandou Everton e Southampton - neste último, o holandês fez um bom trabalho, embora não tenha rendido títulos.

Após o período na terra da rainha, o treinador assumiu a seleção holandesa, onde desempenhou o seu trabalho mais expressivo. No comando da Laranja Mecânica, em 2018, o treinador chegou à final da primeira UEFA Nations League. Na partida decisiva, foi superado por Portugal, anfitriã do torneio à época.


Técnico ou gestor de crises?

O breve histórico de Koeman mostra uma característica muito peculiar do treinador: a capacidade de adaptação. Aos 57 anos, o acúmulo das experiências do técnico o tornaram ideal para assumir o Barcelona, em meio a uma das maiores crises do clube espanhol. A soma dos conhecimentos adquiridos na escola de futebol holandesa, mais o período expressivo na Inglaterra, o tornam mais que apto para a próxima missão. No entanto, o trunfo de Keoman está justamente no seu histórico enquanto jogador.

Trazer Koeman de volta ao Camp Nou é uma estratégia para mudar o jogo do Barcelona, mas é, sobretudo, uma tática para apaziguar a crise. O comando da Koeman na Seleção Holandesa foi um dos principais fatores para o bom desempenho de Memphis Depay, atacante conhecido por não ter um temperamento fácil em campo. Foi na gestão do treinador, que os jogadores da Laranja Mecânica tiveram sua moral recuperada e deixaram os torcedores orgulhosos.

Representando diferentes gerações, os craques parecem estar se entendendo bem.
Representando diferentes gerações, os craques parecem estar se entendendo bem. / David Ramos/Getty Images

No entanto, mesmo diante de tamanha história, Koeman chega ao Barcelona para apagar de vez as más atuações da temporada passada - pelo menos é isso que a diretoria espera. Para realizar tal feito, o treinador já tem implementado algumas mudanças e deve fazer ainda mais. Entre trocas, permanências e polêmicas, o jovem Frenkie De Jong tem tudo para ser um dos pilares no esquema tático do técnico.

Também no meio-campo, De Jong deve ser acompanhado por Pjanic, que foi recentemente apresentado ao clube. Busquets deve encontrar mais dificuldades para ser titular, visto que não tem apresentado boas atuações. Outro jogador que não deve ser desconsiderado é Philippe Coutinho. Apesar da participação discreta no Bayern, o brasileiro pode encontrar no comando da Koeman a chance de ganhar mais destaque.

Um dos jogadores mais criticados do ciclo passado foi Griezmann. O francês marcou apenas 15 gols e deu 4 assistências durante toda temporada. No esquema de Setién, o atacante era sacrificado na faixa esquerda para que Messi e Suárez ficassem mais livres. O resultado foi um eminente fracasso estratégico e resultou em severas críticas feitas em nome de Griezmann. Com Koeman no comando, o francês tende a ficar mais livre e próximo ao gol, como de costume em sua seleção.


A resposta na base

Contrapondo a experiência, Koeman tem joias brutas que, com um pouco de atenção, podem assumir o protagonismo. Até o ano passado, a média de idade dos jogadores do Barcelona era de 30,7. Assim, nomes como Ansu Fati, Rick Puig, Ronald Araújo, Pedri e Trincão podem e devem assumir maiores responsabilidades.

Ao longo da temporada, o jovem de 17 anos deve ganhar algumas chances com Koeman.
Ao longo da temporada, o jovem de 17 anos deve ganhar algumas chances com Koeman. / Quality Sport Images/Getty Images

Ronald Koeman chega ao Barça com status de estrela. Ainda é cedo para dizer se o treinador vai manter a posição de lenda aos olhos dos culé. Mas, é certo que seu protagonismo diz muito sobre o que ele representa. Com um toque de realeza britânica, vamos poder contemplar o desempenho do treinador como uma pintura de Van Gogh em LaLiga.


Todas as informações estatísticas dessa matéria foram retiradas do Transfermkt, site especializado em números do futebol.