7 pontos que o torcedor do Fluminense não tem como discutir mais

Roger Machado está no olho do furacão à frente do Tricolor das Laranjeiras
Roger Machado está no olho do furacão à frente do Tricolor das Laranjeiras / Miguel Schincariol/Getty Images
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É simples.

A gente pode discutir esquema tático ou se começa com Nenê ou Cazares, mas tem certas coisas que eu honestamente não vejo como o torcedor do Fluminense discutir a essa altura do(s) campeonato(s). 

Listo aqui 7 delas:

1. Time e elenco são duas coisas muito diferentes.

FBL-LIBERTADORES-RIVER-FLUMINENSE
Ausência de Caio Paulista vem sendo sentida / JUAN MABROMATA/Getty Images

O maior exemplo disso é que o Caio Paulista faz uma falta do caramba. Quem diria… Sem ele, todo o esquema do Roger deixou de fazer sentido, porque o pouco (quase nada) de intensidade que tínhamos foi embora com ele. É simples. Num elenco limitado, perder quem tá bem cobra caro. 

2. Esse esquema do Roger é mais previsível do que impedimento do Rafael Moura.

Roger Machado
Sequência negativa de time de Roger vem gerando críticas ao treinador / Silvio Avila/Getty Images

E, sem o Caio Paulista, fica ainda mais previsível, já que o nosso chuta-chuta da Estrela estava numa fase inspirada, contando também com um momento incrível do Fred. É simples. Com um machucado e o outro em má fase, esse esquema, que já não era uma Brastemp, virou algo sofrível.

3. Kayky não dá conta do recado.

Kayky Chagas, Carlos Arboleda
Início de Kayky foi promissor, mas o jovem criado em Xerém não manteve a regularidade ao longo do ano / Pool/Getty Images

Apesar de uma inexplicável capacidade da nossa presidência de “perder” (com MUITAS aspas) nossa prata da casa, por uma “incapacidade” administrativa que beira a suspeita de conivência, estou começando a achar que o Kayky saiu até bem vendido. Com esse futebol que ele tá jogando quando entra, é capaz nem de pousar em Manchester, fazendo escala (longa) no irmão NY City. Que pena ver como aquele moleque rabisqueiro e ousado do começo do ano sumiu. É simples. Não dá pra achar que lançar ele no lugar do Biel na 5a e manter o mesmo esquema vai resolver. Não vai. Ele não tá com a cabeça mais no Fluminense. Se isso é culpa dele ou não, não cabe a mim dizer, mas é responsabilidade demais pra quem está com foco de menos. 

4. Ter que mudar a forma de jogar pode acabar sendo bom pra gente.

Nino
Empate em 2 a 2 no Rio preocupa para o jogo da volta no Equador / Pool/Getty Images

Se perder o Biel foi mais uma notícia péssima, pelo menos ela forçou o Roger a rever seu “esquema” único. Com a entrada do André, a descida do Martinelli e o avanço do Yago, pelo menos temos a chance de disputarmos o meio de campo com o time adversário ao invés de ficarmos vendo os caras jogarem. Não teremos mais tanta “dobra” na lateral, verdade, mas TALVEZ essa mudança de “estratégia” nos ajude a ter uma saída de bola um pouco mais criativa do que a tradicional “Marcos Felipe - Luccas Claro - Egídio - Biel - recomeça pra trás ou devolve pro adversário”. No esquema único do Roger, não só os pontas ficavam enfiados nas pontas (tendo que praticar malabarismo pra bola não sair pela lateral), como também nós só jogávamos por um dos lados do campo (quase sempre o esquerdo). Quer ver? Qual foi a última inversão de jogo, o famoso “balanço” que você viu o time fazer? Pois é. É simples. Com a mudança forçada no esquema, contra o Barcelona de Guayaquil teremos a chance de aumentarmos um pouco mais o controle do jogo e criarmos mais chances pelos dois lados e até pelo meio. Vai depender do quanto os 3 do miolo central + o Nenê ou o Cazares estarão inspirados, mas pelo menos a bola deve transitar mais por lá (pelo meio) ao invés de só ficarmos brincando de slackline nas duas laterais. 

5. Ganso, Lucca, Wellington e Bobadilla não podem ser opção.

Paulo Henrique Ganso, Bobsin
Ganso e Wellington têm acrescentado muito pouco ao meio-campo tricolor / Wagner Meier/Getty Images

Essa nem precisa de explicação. Esses quatro só estão aí pra pesarem a folha e ainda cobrarem milhões na justiça daqui a alguns anos. É simples. Não servem pra absolutamente nada. Prefiro qualquer um da base. 

6. Se não é pra pensar grande, melhor nem torcer.

Nene, Fred
Flu ainda está vivo na Libertadores e na Copa do Brasil / Pool/Getty Images

Não temos elenco pra disputarmos com os 3 bilionários do Brasil, a saber: MRV, Crefisa e Globo FC. Mas os próximos dias dirão o que viemos fazer aqui esse ano. O esperado pela imprensa “especializada” (entope de aspas) e pelos rivais é que nós ocupemos uma zona média no Brasileiro (mais pra média baixa do que média alta) além de sairmos das duas competições mata-mata nos próximos dias. Mas os especialistas vêm errando bastante no que diz respeito ao Fluminense. Erraram onde chegaríamos no Brasileiro do ano passado. Erraram ao dizerem que seríamos presa fácil no grupo da morte. Erraram que seríamos eliminados pela outra sensação bilionária, o Red Bull FC. Não estamos jogando bem, é verdade. Há tempos. Mas daí a dizerem que não podemos passar na 5a, são outros quinhentos. Jogando com mais movimentação e arriscando mais no ataque, podemos sim. E, se passarmos, se esse improvável acontecer, se os especialistas errarem de novo, aí a responsabilidade estará inteirinha do lado do time da família Marinho. Já na Copa do Brasil, que não podemos nunca desprezar, mas sejamos realistas, aí sim somos franco atiradores contra mais um bilionário. E no Brasileiro, não tem jeito, teremos que continuar brigando pelos pontos com o que temos, pelo menos durante as semanas insanas como essas que vivemos. É simples. Não temos elenco pra uma competição, que dirá pra três, mas, se estamos jogando-as, enquanto estamos jogando-as, não temos alternativa senão honrar a tradição do Fluminense e querer continuar avançando em todas. 

7. Tudo se resume à quinta-feira.

Fluminense v Barcelona SC - Copa CONMEBOL Libertadores 2021
Jogo contra o Barcelona pode ser um divisor de águas para o Fluminense em 2021. / Pool/Getty Images

Ganhando, passando na 5a, pode acontecer qualquer coisa na Copa do Brasil e ainda teremos espaço pra reencontrarmos o prumo no Brasileiro. Sendo que “prumo”, muito honestamente, significa estar ali entre os 50-60 pontos, não mais mas idealmente também não menos do que isso. 

Do contrário, é Marcão neles já na 6a e vambora antecipar logo a agonia de buscar os mesmos 50 pontos no Brasileiro. E só. Eu prefiro sempre pensar grande, mas é simples. A falta de alternativas táticas do Roger foi o que o colocou nessa sinuca de bico: agora ou ele faz o improvável na 5a ou vai pro moedor de carne de técnicos do futebol brasileiro já na 6a. E, apesar de achar que ele ainda tem muito a evoluir como técnico, eu quero muito que o Roger continue sendo nosso técnico na semana que vem, e em todas as semana do resto do ano. Vai depender dele e do time que ele botar em campo na 5a. 

Mesmo ainda brabo (o editor corta meus palavrões então eu nem tento) com a derrota para o Inter (e não acho que merecíamos perder, e certamente não por 4 gols), continuo achando que somos capazes de nos impormos, ganharmos e passarmos na 5a. Se não temos elenco pra grandes coisas, pelo menos um time de 11 pra ganhar na 5a nós temos. Resta saber COMO vamos jogar. 

Aí, depois disso é depois disso. Só o que interessa agora é a quinta-feira. 

Nos vemos lá, daqui a umas 90 horas. 

Saudações Tricolores.