7 grandes 'traições' da história do futebol mundial
Por Nathália Almeida
No último sábado (25), uma das negociações mais polêmicas e turbulentas deste século de futebol completou 20 anos: a transferência de Luis Figo do Barcelona para o Real Madrid. Apesar de adorado pela torcida do Barça, o craque luso forçou sua ida ao arquirrival por se sentir subvalorizado na Catalunha, movimento que instantaneamente o transformou em 'persona non grata' junto aos blaugranas. No gancho deste caso, relembramos outras sete grandes traições da história do futebol mundial, do passado e do presente:
Sol Campbell (Tottenham/Arsenal)
Formado nas categorias de base do Tottenham, o zagueiro inglês se transformaria em grande ídolo... do Arsenal. Rivais do norte de Londres, os dois clubes têm um longo e acirrado histórico, e suas torcidas definitivamente se detestam. A negociação enfureceu os torcedores dos Spurs, que no primeiro clássico do defensor no antigo White Hart Lane, prepararam uma recepção caótica: vaias, insultos, 4 mil balões escritos 'Judas' e torcedores de costas para o campo para não vê-lo em ação.
Gonzalo Higuaín (Napoli/Juventus)
O centroavante argentino construía uma bela história de identificação e idolatria com o Napoli e seu povo, até que uma proposta de 90 milhões de euros chegou, com promessas salariais astronômicas. O camisa 9 não titubeou, fez suas malas e partiu rumo à Juventus em 2016, transação recebida com enorme frustração e raiva pelos fãs napolitanos. Apesar de serem de regiões diferentes na Itália, Napoli e Juventus não se bicam: por motivos sociais/políticos, a rivalidade Norte x Sul é algo bem forte no país. Não foram poucas as camisas albicelestes queimadas pelas ruas de Nápoles.
Johan Cruyff (Ajax/Feyenoord)
Maior ídolo da história do Ajax - clube que o revelou ainda nos anos 60 -, o lendário meia holandês dedicou longos anos de sua carreira à equipe de Amsterdã, conquistando 15 títulos em sua primeira passagem. Após longos anos de inatividade, decidiu voltar aos gramados e emplacou uma segunda passagem em sua casa, entre 1981/83. Em 1983, no entanto, uma indisposição com a diretoria culminou em sua saída turbulenta do clube. Como 'vingança' à recusa do Ajax em lhe pagar a sua pedida salarial, Cruyff assinou com o rival, Feyenoord. Não brilhou por lá, mas deixou uma marca.
Roberto Baggio (Fiorentina/Juventus)
Craque de bola, o atacante italiano conseguiu irritar duas torcidas de clubes onde é considerado ídolo pelos feitos dentro das quatro linhas: Fiorentina e Juventus. Entre 1985 e 1990, Baggio empilhou gols com a camisa da Viola e entrou no radar de grandes potências europeias, decidindo por assinar com a Juventus. Em Turim, emplacou números ainda mais significativos e viveu os melhores anos de sua carreira, vencendo até o Ballon D'Or de 1993. Parecia que a Velha Senhora seria sua casa até o fim de sua carreira, mas não foi assim: aceitou proposta do Milan em 1995, troca de camisa que até hoje não é bem aceita pelos juventinos.
Ricardinho (Corinthians/São Paulo)
Não poderíamos montar essa lista sem um caso envolvendo o futebol brasileiro, e o mais simbólico deles certamente é o de Ricardinho. Grande nome do Corinthians na virada do milênio, o meia tinha tudo para voltar do Mundial de 2002, em que participou da conquista do penta, nos braços da Fiel. O que nenhum torcedor alvinegro imaginava é que o armador voltaria decidido a mudar de clube, forçando uma transferência ao arquirrival São Paulo. A fama de traída perseguiu Ricardinho por longos anos e se espalhou até mesmo entre companheiros de equipe, algo que certamente abalou sua jornada no Morumbi, nada marcante.
Hugo Sánchez (Atlético de Madrid/Real Madrid)
Considerado por muitos como o maior jogador mexicano do século XX, o atacante Hugo Sánchez manchou sua história de idolatria no Atlético de Madrid no exato ano de 1985, quando aceitou proposta do arquirrival Real Madrid após emplacar uma temporada espetacular: artilheiro e vice-campeão do Espanhol e campeão da Copa do Rei. Com a camisa merengue, foi ainda mais vitorioso e letal, ultrapassando a marca dos 200 gols anotados em 282 partidas disputadas.
Mario Götze (Borussia Dortmund/Bayern de Munique)
Principais potências do futebol alemão neste século, Bayern de Munique e Borussia Dortmund costumavam ter uma boa relação nos bastidores, até o gigante da Baviera passar a investir sistematicamente na contratação de jogadores aurinegros. Hummels e Lewandowski são casos de jogadores que 'pularam o muro', mas nenhuma das duas negociações doeu tanto no torcedor do Dortmund quanto a de Mario Götze: o armador foi criado no clube e aceitou proposta bávara às vésperas da decisão da Champions League 2012/13, protagonizada pelos dois rivais.